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Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania

A alegria prosaica por trás dos golpes de Hugo Calderano

Além das medalhas cada vez mais frequentes, craque do tênis de mesa reluz o simbólico encontro com a brincadeira sem a qual o mundo desbotaria

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Atualizado em 3 jul 2025, 08h42 - Publicado em 2 jul 2025, 17h32
Hugo Calderano conquista prata no Campeonao Mundial de Tênis de Mesa
Brasileiro se tornou o primeiro finalista em Mundial do esporte sem ser da Ásia ou Europa (ITTF/Divulgação)
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Ele não tira o sono do torcedor, não inflama cornetadas no churrasco, não estremece a arquibancada. Ainda assim, faz chover, faz História, faz o Brasil tirar onda onde nunca tirou. Nem Donald Trump incomoda tanto os chineses.

Precisamos falar de Hugo Calderano. Tietá-lo, incentivá-lo, agradecê-lo. Precisamos aclamar nosso vice-campeão mundial de tênis de mesa com o orgulho devotado aos ídolos.

Intruso no Olimpo asiático, o carioca de 29 anos, cria das Laranjeiras, merece um jardim de ufanismos. Tanto pela inclusão sul-americana na elite internacional quanto pela conexão ao pingue-pongue da infância, do recreio, das despretensiosas tardes no play.

Calderano representa não só o sucesso desbravado com talento e persistência, não só um Brasil insinuante e vencedor, permeável ao sonho. Representa também a brincadeira primordial, salvadora, cuja sombra alivia as desumanidades.

O mérito do craque ultrapassa a concentração, a precisão astrofísica, a habilidade em domar a esfera supersônica igual um peão domina o touro ensandecido. Virtudes que desbancaram o chinês Lin Shidong, número um do ranking, na decisão da Copa do Mundo, há dois meses: 4 a 1 sobre o dono da casa.

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O compenetrado e simpático mesa-tenista reluz além do ouro cada vez mais frequente (como o bicampeonato no Star Contender da Eslovênia, domingo retrasado, 22 de junho, pleno dia de aniversário). Seu brilho irradia a cumplicidade entre a criança e a bola.

Nela encarnamos o herói dos quadrinhos, acordamos a fragrância lúdica adormecida no cotidiano. O quique da bola, o irresistível quique da bola, nos leva até esse recanto inalcançável ao tempo mecânico.

Por trás dos golpes milimétricos, próximos do videogame, prevalece o encontro com a alegria prosaica do pingue-pongue, comum ao pique, à bola de gude, à amarelinha. Alegria de piquenique. Flutua na pipa, na cantiga de roda, no futebol de botão.

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Da largada no Fluminense, do amadurecimento na Alemanha, às medalhas ascendentes, Hugo Calderano simboliza tal alegria, sem a qual a vida desbota e pesa demais. Sem a qual jamais saberíamos que a casquinha travessa, risonha, se impõe à matemática do placar.

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Treinão na Lagoa

O aquecimento para a I love corrida PRIO, 13 de setembro, no Jockey, larga sábado agora (5), com um treinão matinal pela Lagoa. Organizado pela PRIO e pela assessoria Marun, o encontro reflete a triangulação crescente entre a corrida de rua, a sociabilização e o entretenimento.

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Com percursos de cinco (individual) e dez quilômetros (individual ou revezamento em dupla), a prova estreante emenda um pôr do sol musical. Shows como o dos Djs Dubdogz embalam a arena idealizada pela X3m Sport Business.

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Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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