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Dra. Danielle Negri

Por Danielle Negri, pediatra especializada em neonatologia formada pela Universidade Federal Fluminense Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Saúde

Qual o impacto das frases neuroafetivas para o desenvolvimento infantil?

Pesquisas reforçam a necessidade de interação e afeto entre pais e filhos

Por Danielle Negri
29 ago 2024, 18h14
Uma menina aprendendo a andar de bicicleta junto com seu pai e mãe.
 (Agung Pandit Wiguna/Pexels)
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Você já ouviu falar em frases neuroafetivas e na dimensão do seu poder para a formação na infância? Tenho certeza que elas já passaram pela sua vida. Hoje o intuito desta coluna é ajudá-lo a colocá-las em prática a fim de reforçar os laços de afeto entre pais e filhos e fornecer um ambiente mais seguro, acolhedor e de confiança para as crianças. Ficou curioso? Vem comigo!

Expressar: quer um abraço? Confio em você! O que acha? Posso te ajudar? Amo ver seu sorriso. Você é muito importante para mim. Estou te ouvindo. Obrigada e pode me ajudar ocupam um papel crucial para o desenvolvimento do indivíduo na infância. Crianças que vivenciam relações de carinho no lar são capazes de destinar a sua energia para evoluir o córtex pré-frontal maior – área do cérebro que desempenha a regulação emocional.

No entanto, indivíduos que sofrem com situações de estresse excessivo ainda quando crianças, tendem a possuir um tronco cerebral maior, ou seja, área responsável pela reação de luta, fuga e congelamento. O que explica isso é o fato do cérebro “treiná-la” para estar sempre em alerta e na defensiva, prontos para o conflito.

De acordo com pesquisadores da Universidade da Islândia e do Instituto karolinska, na Suécia, os traumas durante a infância multiplicam o risco de existência de doença mental na vida adulta. O estudo publicado no JAMA Psychiatry, com 25.252 gêmeos adultos na Suécia, alertou para a geração de 2,4 vezes mais probabilidade de crianças que passaram por momentos extremamente desafiadores, com situações que envolvem violência, serem destinadas a portar uma doença psiquiátrica do que aqueles que não vivenciaram situações assim.

Por outro lado, uma boa notícia que deixa o nosso coração quentinho. Segundo um estudo da Universidade Aalto, na Finlândia, que coordenou uma publicação na revista científica Córtex Cerebral, o amor pelos filhos (parental) causou a maior ativação cerebral registrada, com ativação profunda no sistema de recompensa do cérebro na área do estriado enquanto imaginava o amor, o que foi inédito diante de outros tipos. A ciência destaca que a ligação com os filhos lidera entre as relações de amor, evidenciando o parental como o que mais ativa a mente. Portanto, não economize no afeto, amor, carinho, na participação no dia a dia e principalmente nos elogios.

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