Máscara: aprenda a lidar com o acessório da vez
O uso de máscaras, agora obrigatório no Rio, é fundamental para conter o contágio pelo coronavírus, mas pode causar espinhas e dermatites
Tão incomuns na nossa cultura, as máscaras viraram protagonistas na prevenção de contágio pelo coronavírus. Entrou em vigor esta semana no Rio de Janeiro o decreto que determina o uso obrigatório do acessório. O objetivo é conter a disseminação do vírus.
Além da higiene adequada das mãos, o uso de máscaras, mesmo as caseiras, é realmente fundamental, como já comprovaram alguns estudos que comparam o controle da doença em países como Japão e Singapura, que já costumam fazer uso do item normalmente como forma de evitar o contágio por outras doenças Por isso, são vários os movimentos nas redes sociais, como #Mask4All e #TodxsDeMascara , que incentivam a utilização de máscaras.
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, este hábito tão comum em culturas asiáticas e agora obrigatório na cidade, embora não proteja o usuário por não ter capacidade de filtragem, é uma maneira de diminuir a disseminação do vírus por indivíduos assintomáticos ou pré-sintomáticos. Em entrevista para a BBC, o professor de saúde pública da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, KK Cheng, explica que as máscaras funcionam mais como forma de controlar a fonte de infecção porque diminuem a quantidade de gotículas que saem das nossas vias respiratórias.
Para vestir a máscara da maneira correta: Lave as mãos ou use álcool gel antes; Coloque a máscara usando os elásticos laterais; Posicione-a de maneira que cubra nariz e queixo e de modo que fique ajustada ao rosto; Durante o uso, não toque na máscara e não retire, e não cometa o erro de abaixar a máscara para falar; A retirada correta deve ser feita pelas laterais. Coloque a máscara num saco hermeticamente fechado ou lave imediatamente a máscara com água e sabão; Por último, lave as mãos após a retirada.
Por outro lado, consequências para a pele podem começar a aparecer com o uso de máscaras no dia a dia. Algumas pessoas vão perceber a piora ou surgimento de alguns problemas como aumento da oleosidade, espinhas, dermatites de contato, rosácea, seborreia, escoriações, urticária de pressão, quelilite angular (boqueira) e até blefarite (oleosidade no cílios). Isso pode ocorrer porque, além do acessório servir como uma barreira mecânica na região, ao respiramos o próprio ar, ele fica mais quente, abafando e umedecendo o rosto e propiciando um acúmulo de saliva nos cantos da boca.
Listei aqui três maneiras de minimizar estes problemas que podem surgir. Lave o rosto com sabonete adequado sempre que possível após o uso das máscaras – tentando evitar lavar mais que três vezes ao dia. Se sua pele for muito oleosa, aplicar uma loção tônica mais adstringente pode ser importante. Troque a máscara a cada quatro horas ou toda vez que perceber que ela ficou úmida. Deixe a pele respirar sempre que estiver em um lugar seguro ou sozinho, deixando o rosto livre e colocando a máscara em um saco plástico para não ser contaminada. Use um hidratante não oleoso pelo menos duas vezes ao dia. Não esqueça do filtro solar sempre que lavar o rosto. E procure seu dermatologista se algum problema aparecer para adequar o que mais for necessário ao seu caso específico.
Quem está trabalhando o dia todo sofre mais porque não pode deixar a pele respirar. Um modo simples de prolongar o tempo de uso do acessório e proteger um pouco a pele é usar sempre um papel toalha ou filtro de café dobrado entre o rosto e a máscara, trocando este papel de duas em duas horas. Desta maneira, conseguimos impedir que a saliva e as gotículas das vias respiratórias entrem em contato com a máscara, evitando que ela fique úmida muito rapidamente e possa ocorrer uma proliferação de bactérias e maior disseminação do vírus.
Os críticos ao uso da máscara acreditam que o item possa desmobilizar as pessoas em relação à higienização adequada e periódica das mãos porque o acessório pode dar uma falsa impressão de proteção. Por isso, além de usar o acessório da vez quando for sair de casa é muito importante não esquecer todas as outras ações de prevenção como: lavar as mãos periodicamente, ensaboando palma, dorso, dedos e punho; evitar levar as mãos ao rosto e usar álcool gel como SOS caso não possa lavar as mãos. Se possível, mantenha a barba feita e as unhas cortadas e limpas, e lembre-se de usar cabelo preso quando precisar sair, o que também ajuda a evitar que você passe a mão no rosto.
Usar máscara é um gesto de cuidado e respeito com o outro. A chance de contágio quando ambos estão de máscara é menor do que 3%. Então, se eu estou de máscara, estou protegendo você. E se você está de máscara, está me protegendo. Vamos nessa ?