Cinco tradições de Natal que marcaram a história do Rio
Vamos relembrar algumas tradições natalinas cariocas marcantes que deixaram de existir, mas ficaram na memória da cidade?

A magia do Natal está no ar! Quem não se lembra da chegada de Papai Noel de helicóptero no Maracanã? E da árvore de Natal da Lagoa? Da Parada Iluminada na Praia de Copacabana? Vamos relembrar algumas tradições natalinas cariocas marcantes que deixaram de existir, mas ficaram na memória da cidade?
Natal das lojas de departamento
O Natal das antigas lojas de departamento, Mesbla e Sears, que dominaram o comércio carioca em boa parte da segunda metade do século XX, era o sonho de consumo de toda criança. Desde o encontro com Papai Noel, com direito a fotografia em seu colo para levar de lembrança, até as promoções e ofertas especiais de crédito para que os pais caíssem na tentação e comprassem mais e mais presentes de Natal para as crianças.
Não poderia deixar de mencionar também a decoração natalina, tanto no interior, como na fachada dessas importantes lojas — algo comparável, guardadas as devidas proporções, às decoraçoes de Festas dos atuais shoppings. Era muita magia; e Papais Noeis, em carne e osso ou até eletromecânicos, a serviço do consumo.

Decoração natalina de rua
O espírito do nosso Natal tropical de antigamente fazia-se presente em muitas ruas e avenidas da cidade, ao longo do século passado. Eram famosas as decorações natalinas da Avenida Rio Branco, no Centro, e também, as da Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Eram parcerias entre a Prefeitura do Rio (ou do Estado da Guanabara), com centros comerciais e grandes marcas. Já no final do século XX, essas intervenções festivas foram sumindo da cidade.

Chegada do Papai Noel no Maracanã
Desde meados do século XX, era tradicional no Rio que se realizasse uma festa em espaços públicos da cidade, para dar início à temporada de Festas. Inicialmente, a parada de carros alegóricos, que contava com a presença de Papai Noel em pessoa, tomava ruas da zona sul da idade. A partir dos anos 1960, passou a acontecer no recém-inaugurado Aterro do Flamengo, onde, pela primeira vez, o “bom velhinho” desceu de helicóptero em terras cariocas.
A partir de 1968, a festa foi transferida para o gigante estádio Mário Filho. No Maracanã, muitas performances musicais e teatrais aconteciam, sempre com os grandes nomes da música e da televisão, com direito a Vila Sésamo, Sítio do Picapau Amarelo, Os Trapalhões, Xuxa e as Paquitas. A festa, que levava multidões ao estádio, aconteceu até o final dos anos 2000.

Parada iluminada em Copacabana
Como já foi dito anteriormente, era tradicional aqui no Rio que houvesse paradas de carros alegóricos no início da temporada de Natal. Porém, com a transferência da chegada do Papai Noel para o Maracanã, a cidade ficou sem sua tradicional parada nas ruas. Nos anos 2000, essa parada retornou à zona sul, com desfiles acontecendo na Avenida Atlântica e arrastando multidões de centenas de milhares de pessoas (sobretudo crianças) à Orla de Copacabana. Ora patrocinada pela Coca-Cola, ora pela Disney, a Parada Iluminada de Copacabana marcou época e teve sua última edição em 2009.

Árvore de Natal da Lagoa
A Árvore de Natal da Lagoa, era uma imensa estrutura instalada na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, desde 1996. Em 2013, atingiu uma altura de 85 metros, o que correspondia a um edifício de 28 andares. Sua inauguração acontecia geralmente entre os dias 25 de novembro e 2 de dezembro a cada ano. Em 2007, a primeira cerimônia de acendimento da árvore foi transmitida pela televisão, marcando o início oficial das celebrações natalinas na cidade.
Essa árvore se tornou um dos maiores símbolos do Natal carioca, sendo o terceiro evento mais relevante no calendário oficial do Rio de Janeiro, ficando atrás apenas do Carnaval e do Réveillon. Entretanto, desde 2019, a árvore deixou de ser montada. A principal razão para isso foi a escassez de patrocinadores, conforme afirmou a Dream Factory, empresa responsável pela organização do evento.

*Daniel Sampaio é carioca do Grajaú. Advogado, memorialista e ativista do patrimônio. Fundador do perfil @RioAntigo no Instagram.