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Daniel Sampaio

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Mostra no Jardim Suspenso do Valongo revela cotidiano antes do Porto Maravilha

Amanhã, 15 de dezembro, lançamento de mostra fotográfica no Casarão Cultural João Alabá contará com atrações musicais

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Atualizado em 14 dez 2022, 18h42 - Publicado em 14 dez 2022, 18h41
Foto mostra jardim suspenso do valongo
Jardim Suspenso do Valongo, 2008 -  (João Maurício Bragança/Reprodução)
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Amanhã, quinta-feira, 15 de dezembro, às 17 horas, o Casarão Cultural João Alabá abre as portas para lançar a sua primeira exposição “O Jardim Secreto do Valongo”. A exposição conta com aproximadamente 25 imagens que retratam a região portuária alguns anos antes das obras de requalificação do Porto.

O Casarão Cultural João Alabá iniciou suas atividades há um ano e seu propósito é trabalhar com experiências visuais, vivências culturais e espetáculos que propaguem a memória local a partir do olhar de pertencimento dos personagens que ocupam aquele espaço, estimulando a realização de projetos culturais, artísticos e sociais que legitimem a narrativa histórica do território da Pequena África.

O Casarão Cultural João Alabá está localizado na antiga Casa da Guarda, no Jardim Suspenso do Valongo. Esse jardim, construído na administração Pereira Passos (1902-1906), representou, à sua época, um apagamento oficial e simbólico da cultura afro-brasileira e da memória da escravidão na região, que era local de entrada e “comercialização” de pessoas escravizadas oriundas do continente africano.

Mas o local hoje foi ressignificado e atende às demandas culturais da população local. “Hoje o Casarão João Alabá trabalha com produções que promovam atividades culturais ligadas à ancestralidade negra e ao legado histórico arqueológico cultural da Zona Portuária do Rio de Janeiro”, afirma Thiago Viana, ator, produtor cultural e responsável pelo Casarão.

“O Casarão Cultural João de Alabá passa a ser um espaço de descolonização através da arte e cultura no enaltecimento às raízes afro-brasileiras. Escolhemos o nome do renomado babalorixá da Pequena África, João de Alabá de Omolu, cujo terreiro era situado à Rua Barão de São Felix, no bairro da Saúde — rua que culmina com o edifício da antiga Casa da Guarda”, reforça Thiago.

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A exposição “O Jardim Secreto do Valongo” tem por objetivo apresentar imagens que ilustram o período de transição das ressignificações urbanísticas do Porto, destacando a vida de personagens importantes como Radar e Dona Núbia, últimos moradores que habitavam a antiga Casa da Guarda antes das intervenções do Estado no Jardim Suspenso do Valongo. Toda a experiência é acompanhada pela trilha sonora do artista Ambulante Cultural, intervenções de vídeo de Raquel Batista e curadoria de Patrícia Mentorco. Para a composição do cenário museológico foram utilizadas peças do desmonte do Armazém Cultural das Artes no Santo Cristo.

O trabalho fotográfico, iniciado no ano de 2008, por João Maurício Bragança, apresenta a cotidianidade dos moradores do lugar, traduzindo as territorialidades e os laços de afeto dos praticantes da região do Porto do Rio de Janeiro. A captura das imagens segue o formato preto e branco em analógico 35mm.

A programação de amanhã (15) começa com a abertura ao público, às 17h, seguida de um ato solene às 18h. Estão confirmadas as seguintes atrações musicais: grupo “Afoxé Filhos de Gandhy” e roda de samba “Barril #342”.

Exposição “O Jardim Secreto do Valongo”
Casarão Cultural João Alabá. Rua Camerino, S/N (em frente ao no 50), Gamboa. Quarta a domingo, 10h às 18h. Grátis.

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