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Por Daniel Sampaio: advogado, ativista do patrimônio, embaixador do turismo carioca e fundador do Instagram @RioAntigo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Casa da Tia Ciata: 18 anos de legado na Pequena África

O espaço cultural na Gamboa oferece uma programação totalmente gratuita e promove atividades que valorizam a memória afro-brasileira

Por Daniel Sampaio Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 jul 2025, 18h03
Fachada da Casa da Tia Ciata, na Rua Camerino, Gamboa
Fachada da Casa da Tia Ciata, na Rua Camerino, Gamboa (Casa da Tia Ciata/Divulgação)
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A Casa da Tia Ciata é referência na preservação da memória afro-brasileira e, em 2025, alcança sua maioridade, reafirmando anos de atuação no território. Localizada no coração da Pequena África, no Centro do Rio de Janeiro, a Casa reafirma seu papel como território de cultura, educação, inovação e resistência, com iniciativas que unem tradição e novas linguagens para fortalecer a identidade negra.

Mais do que um espaço físico, a Casa da Tia Ciata representa um quilombo urbano vivo, onde saberes ancestrais, arte e tecnologia se entrelaçam. Fundada pela Organização dos Remanescentes da Tia Ciata (ORTC), a instituição leva o nome de Hilária Batista de Almeida – a Tia Ciata, importante liderança comunitária, ialorixá e figura central na origem do samba carioca.

18 anos e muitas histórias

Entre os destaques da celebração está o lançamento do e-book Orumbya – Jornada Internacional entre as Culturas Afro, Indígenas e Astronomia, a ser lançado na próxima sexta-feira, dia 18 de julho. O projeto propõe uma aproximação entre ciência e ancestralidade, reunindo cosmologias tradicionais e conhecimento científico em uma proposta educativa e inclusiva. A iniciativa é realizada em parceria com o Observatório do Valongo e propõe reflexões sobre identidade, território e sustentabilidade.

Outra novidade lançada em 2025 é o jogo interativo Ciatinha na Pequena África, desenvolvido com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, o game em 3D transporta os jogadores para o Rio de Janeiro do início do século XX, com uma narrativa que mistura aventura e história. A personagem Ciatinha percorre a Pequena África em busca de respostas sobre seu nome, encontrando figuras históricas como as baianas Tia Ciata e Tia Sadata. O jogo será disponibilizado gratuitamente no Google Play e em eventos parceiros.

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Imagens do jogo interativo “Ciatinha”, disponível para download gratuito no Play Store (Casa da Tia Ciata/Divulgação)
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Encontros e vivências abertas ao público

A programação da Casa inclui ainda vivências de jongo e capoeira, rodas de conversa, caminhadas guiadas pela Pequena África e oficinas culturais, sempre com entrada gratuita. A proposta é aproximar o público das raízes culturais negras e fortalecer vínculos comunitários por meio de experiências educativas, artísticas e afetivas.

Segundo Gracy Mary Moreira, gestora da Casa e bisneta de Tia Ciata, as ações reforçam o compromisso do espaço com a valorização da herança afro-brasileira:

“Trazer a história do samba e da Pequena África para um livro, um jogo e uma programação diversa é uma forma de manter viva a memória do nosso povo e dialogar com diferentes gerações. A cultura é ferramenta de transformação e de construção de futuros com dignidade, identidade e ancestralidade.”

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Foto do “Caminhos de Ciata” — um guiamento gratuito promovido pelo espaço cultural. Na imagem, a guia de turismo e historiadora Luana Ferreira (Casa da Tia Ciata/Divulgação)

Sobre Tia Ciata

Tia Ciata, nascida Hilária Batista de Almeida em 1854, foi uma mulher negra de origem baiana, filha de Oxum, iniciada no candomblé e figura central na preservação das tradições afro-brasileiras no Rio de Janeiro. Mãe de santo, quituteira, sambista e líder comunitária, ela transformou sua casa na Cidade Nova em um dos principais redutos culturais da Pequena África. Foi ali, cercada por músicos como Pixinguinha, Donga e João da Baiana, que o samba urbano carioca ganhou forma e força, tendo “Pelo Telefone” como marco inicial.

Sua atuação atravessou religião, gastronomia, moda e resistência cultural. A Casa da Tia Ciata, atual sede da Organização Cultural de Remanescentes da Tia Ciata (ORTC), mantém vivo esse legado, oferecendo atividades culturais e uma exposição permanente em homenagem à matriarca do samba, símbolo de empoderamento, ancestralidade e construção coletiva.

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Casa da Tia Ciata

A Casa da Tia Ciata é a sede da Organização dos Remanescentes da Tia Ciata (ORTC) e espaço cultural para manter viva a memória da Matriarca do samba. Uma exposição permanente sobre a veterana do samba é a principal atração do espaço.

Nascida Hilária Batista de Almeida, em 1854, Tia Ciata arregimentava eventos que mesclavam cultura, dança e religiosidade
Nascida Hilária Batista de Almeida, em 1854, Tia Ciata arregimentava eventos que mesclavam cultura, dança e religiosidade (Acervo da Organização Cultural Remanescentes de Tia Ciata - ORCT/Divulgação)

SERVIÇO

18 anos da Casa da Tia Ciata
Local: Rua Camerino, 5 – Pequena África, Centro do Rio
Organização: Casa da Tia Ciata / ORTC
Confira a programação gratuita AQUI.

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