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Daniel Sampaio

Por Daniel Sampaio: advogado, ativista do patrimônio, embaixador do turismo carioca e fundador do Instagram @RioAntigo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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114 anos de Cartola

Em 11 de outubro de 1908, nascia Angenor de Oliveira, um dos mais importantes nomes da música brasileira

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Atualizado em 11 out 2022, 22h07 - Publicado em 11 out 2022, 19h31
Capa do disco "Verde que te quero rosa", de 1977 -
Capa do disco "Verde que te quero rosa", de 1977 -  (Ivan Kligen/Reprodução)
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Em 11 de outubro de 1908, há exatos 114 anos, nascia Angenor de Oliveira, por nós conhecido simplesmente como Cartola, considerado o maior entre os compositores do nosso samba; um dos mais importantes nomes da música brasileira.

O Pequeno Angenor viveu no Catete até os 11 anos, quando sua família teve que se mudar para o Morro da Mangueira com dificuldades financeiras. Já havia chegado por lá sambista, pois, durante sua infância, aprendeu a amar os blocos carnavalescos da cidade.

O apelido Cartola ganhou enquanto trabalhava, ainda moço, na construção civil, por causa do chapéu que usava para se proteger do cimento que caía sobre sua cabeça. Exímio letrista e inspirado poeta, apesar do pouco estudo, Cartola vendia seus sambas para se sustentar, pois desde a adolescência precisou se virar, órfão da mãe, expulso de casa pelo pai.

No embalo da criação das primeiras escolas de samba, Cartola e mais outros nomes mangueirenses, criam, em 1928, a Estação Primeira de Mangueira. Em 1952, conhece seu grande amor, a Dona Zica, com quem viveu por toda a vida. Com Zica abriu o lendário bar ZiCartola, nos anos 60, ponto de encontro de grandes músicos e compositores.

No ZiCartola, compôs em questão de minutos seus maiores hinos, como Alvorada, em parceria com Carlos Cachaça, e “O Sol Nascerá”, com Elton Medeiros. Todos gravaram os sambas de Cartola, mas só em 1974 gravou seu disco-solo “Cartola”.

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Morreu pobre em 1980, vivendo em um sobrado modesto doado pela Prefeitura. Não viveu em vida a glória que merecia. Hoje lhe rendemos homenagens e saudamos sua memória, por tantas inesquecíveis obras-primas da nossa música.

Os sambas de Cartola falam ao nosso coração como “O mundo é um moinho”, “As Rosas Não Falam”, “Corra e Olhe o Céu”, “O Sol Nascerá”, “Tive Sim”, “Alvorada” e a minha favorita “Peito Vazio”…assim como tantas outras canções dele e de outros compositores, que viraram hinos do nosso samba.

Que sua poesia nos encha de orgulho. Somos cariocas e brasileiros assim como ele.

*Daniel Sampaio é carioca do Grajaú. Advogado, ativista do patrimônio e embaixador oficial da cidade pela Riotur. Fundou há 10 anos o perfil @RioAntigo no Instagram.

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