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Por Bruno Chateaubriand, jornalista
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Para se manter na elite, Porto da Pedra investe em desfile milionário

Agremiação de São Gonçalo realizou contratações de peso ao longo de 2023 e aposta em coreografias e tecnologia para impactar na Avenida

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Atualizado em 12 jan 2024, 10h28 - Publicado em 11 jan 2024, 12h55
Primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Denadir Garcia e Rodrigo França
O primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira, Denadir Garcia e Rodrigo França (Ana Victoria/Divulgação)

Campeã da Série Ouro no ano passado, a Porto da Pedra garantiu o retorno ao Grupo Especial e vai abrir os desfiles no Carnaval de 2024. Com o foco em permanecer na elite, a escola de São Gonçalo realizou múltiplas contratações ao longo do ano, trazendo de volta o carnavalesco Mauro Quintaes, que começou sua trajetória com Max Lopes em 1984 e assinou carnavais históricos da Vermelho e Branco. Além disso, a agremiação contratou a Porta-bandeira Denadir Garcia, que até ano passado defendia o pavilhão da Unidos da Tijuca e agora dança com Rodrigo França.

“Lunário Perpétuo: profética do saber popular”, enredo escolhido pelo carnavalesco para o retorno da escola à elite do samba, tem pesquisa de Diego Araújo. O tema conta a história de um almanaque escrito em 1594 por Jerónimo Cortez, que oferecia conselhos e orientações sobre os mais variados aspectos da vida, incluindo tabelas das fases da lua, eclipses, festas móveis, previsões do tempo, horóscopos, elementos de direito, navegação, teologia, saúde, agricultura, maneiras de interpretar o comportamento dos animais ,biografias de santos e papas, entre outras curiosidades. O pequeno livreto chegou ao Brasil em 1704 e, segundo Câmara Cascudo, foi o livro mais lido do Nordeste por cerca de 200 anos.

Embalada por essa história, a escola vem fazendo ensaios robustos, apresentações em quadra e, no ensaio técnico na Avenida, apresentou uma comunidade que canta o samba com brilho no olhar, conduzida pela potente voz do talentoso Wantuir. No entanto, não é fácil ser a primeira escola a desfilar, não é fácil abrir um desfile. Geralmente, por estatísticas, a primeira escola recebe notas mais baixas. 

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Em 2020, quando a Imperatriz Leopoldinense, atual campeã do carnaval ascendeu para o Grupo Especial, a caneta pesou e ficou comprovado que abrir desfile é uma missão que exige mais esforços. À época, a direção da Verde e Branco apresentou os estudos e análises, e até estatísticas, deixando clara essa percepção. 

O tigre de São Gonçalo vem com um projeto grandioso, com muito dinheiro. As baianas virão iluminadas, a comissão de frente terá efeitos especiais com direito a voos e flutuações, ainda guardados em segredo. O último setor da escola virá recheado de homenagens a grandes nomes do samba que nos deixaram recentemente. Quinho do Salgueiro, Max Lopes e Roberto Szaniecki estão nesse roteiro mais do que especial. A bateria ritmo feroz, do Mestre Pablo, vai mostrar na Sapucaí uma pegada nordestina. 

Na apresentação do projeto da agremiação consta que todas as alas virão com um movimento especial – uma coreografia – em alusão ao verso: “quem acendeu as lamparinas desse céu?”  Esse cenário é complexo. Nos últimos anos, o componente se tornou funcionário da escola de samba. Isso ocorre em praticamente todas as agremiações.  Nosso sambista vem perdendo sua energia individual, o seu samba no pé, passou a cumprir movimentos coreográficos que lembram dancinhas publicadas em redes sociais. O excesso de teatralização de uma agremiação nos leva a lugares que outros shows do mundo realizam, como a parada elétrica da Disney e a abertura de Jogos Olímpicos. O que sempre encantou o mundo – falo dos maiores nomes da moda, de artistas de grande relevância e apreciadores de artes no geral – foi exatamente a força da espontaneidade das comunidades, de uma brasilidade verdadeiramente nossa. 

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