Fado tropical
Pintora portuguesa que viveu no Rio, Vieira da Silva inspira duas mostras simultâneas no MAM
Em plena II Guerra Mundial, um casal de pintores radicado na França, ele judeu húngaro e ela portuguesa, decidiu mudar de ares quando o país foi invadido por tropas nazistas. Instalados em Santa Teresa, os dois viveram no Rio de 1940 a 1947. Arpad Szenes (1897-1985) expôs no Museu Nacional de Belas-Artes e comandou concorridos cursos, que chegaram a reunir 200 alunos. Entre a saudade da Europa e o contato com colegas brasileiros, Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) também deixou marcas. A obra da pintora e sua influência durante a estada carioca inspiram duas mostras, que ocupam o Museu de Arte Moderna a partir de quarta (19) ? como parte da programação do Ano de Portugal no Brasil.
Vieira da Silva ? Agora traz sessenta trabalhos, entre pinturas e desenhos, datados de 1934 a 1986. O acervo selecionado por Luiz Camillo Osorio, ao lado de Marina Bairrão Ruivo, da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, de Lisboa, evidencia um consistente processo de desconstrução da figuração ? bem representado pelo supercolorido óleo sobre tela Le Jeu de Cartes (1937). Diálogos com Vieira da Silva, sob curadoria de Osorio e Marta Mestre, exibe 28 criações de 21 artistas pinçadas da coleção de Gilberto Chateubriand, cedida ao MAM em comodato. A lista inclui Guignard, Volpi, Carlos Scliar e Maria Martins, autora da escultura O Impossível (1945).
Vieira da Silva ? Agora e Diálogos com Vieira da Silva. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, Centro, ☎ 2240-4944. → Terça a sexta, 12h às 18h; sábado e domingo, 12h às 19h. R$ 12,00. A bilheteria fecha meia hora antes. Pessoas com mais de 60 anos pagam R$ 6,00. Grátis para menores de 12 anos e para todos na quarta, a partir das 15h. Ingresso-família no domingo: R$ 12,00 por grupo de até cinco pessoas. Estac. (R$ 5,00 para visitantes do museu). Até 17 de fevereiro. A partir de quarta (19). https://www.mamrio.com.br.