SHOW
FELIPE CORDEIRO.
De tempos em tempos, gêneros musicais regionais ganham roupa de viagem e varrem o país. Foi assim com o sertanejo, com o axé e a vez agora é dos ritmos do Norte. Conterrâneo de Gaby Amarantos, a “Beyoncé do Pará”, Felipe Cordeiro buscou um caminho mais elaborado, definido no nome de seu segundo disco: Kitsch Pop Cult. Brega rasgado e informações contemporâneas misturam-se de forma inteligente nos arranjos e letras irônicas que serão ouvidos na sexta (13) e no sábado (14) no Oi Futuro Ipanema. Pode soar pretensiosa a intenção de fundir universos tão distantes, mas o cantor e compositor está preparado. Ele se formou em filosofia ? isso mesmo, na Universidade Federal do Pará ? e é filho de Manoel Cordeiro, guitarrista e produtor que viveu bons momentos no auge da lambada, nos anos 80. Ao vivo, faixas do CD, como Café Pequeno, Legal e Ilegal e o carimbó Fogo na Morena, vão dividir espaço com Gozar a Vida, de Alípio Martins (1944-1997), e Alma Não Tem Cor, do Karnak, banda do paulista André Abujamra, produtor do álbum.
CONCERTO
ANTONIO MENESES E ORQUESTRA PETROBRAS SINFÔNICA.
Um dos maiores violoncelistas do mundo nasceu em Pernambuco, há 54 anos. Começou seus estudos tarde, aos 10, mas isso não o impediu de conquistar prêmios como o do prestigiado Concurso Tchaikovsky, em Moscou, e de desenvolver uma carreira brilhante, pontuada por apresentações com conjuntos do porte da Filarmônica de Berlim e da holandesa Royal Concertgebouw. Na sexta (13), Meneses assume papel de destaque no concerto que a Petrobras Sinfônica realiza no Municipal. Será o solista de duas das três peças do programa: o Concerto Nº 1 para Violoncelo e Orquestra, Op. 33, de Camille Saint-Saëns, e o poema sinfônico Don Quixote, Op. 35, de Richard Strauss ? nesta, divide os trabalhos com João Carlos Ferreira, chefe do naipe de violas da Filarmônica de Minas Gerais. Na abertura, a orquestra executa Divertissement, de Jacques Ibert. Isaac Karabtchevsky é o regente.
TEATRO
SEIS AULAS DE DANÇA EM SEIS SEMANAS.
Pode-se dizer, sem risco de exagero, que o texto do americano Richard Alfieri tem apelo universal. Depois da estreia em Los Angeles, em 2001, sua peça já foi traduzida para doze idiomas e encenada em vinte países, do Japão à Holanda, de Israel à República Checa. Em cartaz no Teatro Maison de France, a comédia dosa emoção e humor ao abordar sentimentos como solidão, orgulho e solidariedade. No palco, os talentosos Tuca Andrada e Suely Franco revelam-se também dois pés de valsa. A história evolui entre passos de foxtrote, chá-chá-chá e tango. Ela é Lily Harrison, 74 anos, teimosa, viúva e aposentada. Rica e elegante, a senhorinha conservadora decide tomar aulas de bailado para passar o tempo. Andrada encarna o professor de meia-idade Michael Minetti, cujo estilo irreverente incomoda a aluna. Eles começam às turras a breve convivência, mas acabam descobrindo enternecedoras afinidades.
EXPOSIÇÃO
FRANKLIN CASSARO.
Na década de 80, ainda aluno da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o artista carioca já se dedicava a trabalhos feitos de papel-alumínio (a ideia ganhou contornos de obsessão, como demonstra a individual Espacial, em cartaz na Galeria Laura Alvim). O acervo selecionado reúne dezenas de esculturas de diversos formatos e tamanhos ? as menores não têm mais do que 2 centímetros, enquanto o inflável Júpiter II # 2 ocupa uma sala de 24 metros quadrados. Quase todas as obras foram construídas apenas com a manipulação do papel, sem nenhum artifício extra para sustentar o material. Produzidas com nível impressionante de minúcia, chamam atenção as peças da série Recicloides, de seres meio bichos, meio robôs, coloridos pelo uso de embalagens de bombons. Surpresa maior ainda causa o ambiente transformado em uma espécie de sala de estar, com móveis, TVs e a cristaleira batizada de Vitrine de Curiosidades Alienígenas.
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