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UPP chega à Mangueira

Relembre a cronologia do projeto, iniciado em 2008 como carro-chefe da política de segurança pública para a Copa e a Olimpíada

Por Ernesto Neves
Atualizado em 5 dez 2016, 15h56 - Publicado em 3 nov 2011, 11h47

O Rio ganha, nesta quinta (3), mais uma Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Localizada na comunidade da Mangueira, na Zona Norte carioca, será a 18ª instalada na cidade, e também a maior delas, com 497 policiais. A UPP da Mangueira fecha o cerco de segurança em torno do estádio do Maracanã, que será utilizado na Copa do Mundo. Com ela, todas as favelas da Grande Tijuca estão sob ocupação policial. Famosa por sua escola de samba, a favela também era reduto de bandidos do Comando Vermelho. Para combatê-los, policiais do Batalhão de Operações Especiais ocuparam a região há quatro meses.

Carro-chefe na política de segurança pública do governador Sérgio Cabral, as UPPs começaram a ser implantadas em 2008, no morro Santa Marta, pelo secretário José Mariano Beltrame. Desde então, expandiram-se para comunidades como o Chapéu Mangueira, no Leme, Batan, na Zona Oeste, e Borel e Formiga, na Tijuca. O bairro da Zona Norte é um dos exemplos bem-sucedidos de ocupação. Antes da expulsão dos criminosos, a região estava em situação crítica de insegurança. Episódios seguidos de violência chocaram a cidade, como a morte do menino João Roberto Soares ao ser metralhado por PMs na rua Uruguai.

Após a implantação das UPPs no bairro, os roubos despencaram 34% no último trimestre de 2010, ano em que os traficantes foram expulsos. Já os homicídios caíram de 51, em 2009, para 25, em 2010. A sensação de tranquilidade também animou o mercado imobiliário do bairro. Entre março de 2009 e março de 2011, o preço do metro quadrado de um apartamento de dois quartos mais que duplicou, segundo dados do Sindicato de Habitação do Rio, o Secovi.

Livres de traficantes armados, os morros ocupados também são alvos de projetos sociais. Em setembro, a Firjan, inaugurou uma biblioteca pública com acesso à internet no morro da Formiga. A UPP São João, no Engenho de Dentro, oferece cursos profissionalizantes gratuitos há dois meses e a favela da Providência, no Centro, conta com cozinha industrial para o ensino de cursos de gastronomia. Hoje, 315 mil pessoas são beneficiadas pelos batalhões especiais.

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Mas a expansão do policiamento especial também esbarra em problemas. O mais grave aconteceu em Santa Teresa, em setembro. Na ocasião, PMs foram presos com R$ 13.400 de propina pagos por traficantes dos morros da Coroa, do Fallet e do Fogueteiro, todos sob intervenção. Os chefes dessas UPPs foram acusados de receber suborno até em casa. Entre eles, o tenente Rafael Medeiros e o capitão Elton Costa Gomes e o tenente Rafael Medeiros, respectivamente, subcomandante e comandante da UPP, que acabaram afastados.

Também há grandes desafios pela frente. O Complexo do Alemão está sob ocupação do exército desde novembro de 2010, quando traficantes fugitivos de favelas ocupadas incendiaram ônibus e promoveram arrastões em todo o Rio. O principal entrave para pacificar a região é a falta de policiais formados. Conhecida como a Faixa de Gaza carioca, a região violenta é composta por 13 favelas, em que moram 80 mil pessoas. Outro complexo, o da Maré, próximo ao Aeroporto, ainda aguarda a ocupação e vive sob o terror imposto por bandidos. E a Rocinha, em que moram 100 000 pessoas, é atualmente reduto de chefões do tráfico, como o bandido Nem.

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