João Miguel é muito requisitado no cinema. Protagonista de Estômago, Se Nada Mais Der Certo, Cinema, Aspirinas e Urubus e do recente Xingu, o ator baiano radicado no Rio volta às telas como um caminhoneiro em À Beira do Caminho, road movie dirigido por Breno Silveira, já em cartaz na cidade.
Nessa fita rodada na estrada, que surpresas você encontrou?
Não é fácil fazer filmes, eles demandam locações complicadas, e À Beira do Caminho pedia um deslocamento literal. Saímos da região de Petrolina, em Pernambuco, e seguimos até a Chapada Diamantina, na Bahia. Ficar quatro semanas na estrada e percorrer mais de 500 quilômetros Proporcionou para mim uma grande amizade com o ator Vinicius Nascimento, de 13 anos. Eu o conheci menorzinho, numa rápida participação no seriado Ó, Paí, Ó, da Rede Globo. Foram testadas várias crianças para o papel, mas tive contato apenas com os cinco finalistas. Felizmente, prevaleceu a intuição do diretor Breno Silveira, e acredito que todos se impressionaram com o talento do menino.
Qual a sua relação com as músicas de Roberto Carlos, presentes na trilha sonora do filme?
Assim como o Duda, personagem do Vinicius, eu gostava de cantar Amigo quando criança. O Roberto soube traduzir a dor do amor em diversas oportunidades. Eu sempre ouvi suas músicas. Coloquei várias no meu iPod, sobretudo as antigas e algumas pouco conhecidas. Assim como o filme, o cancioneiro do Roberto aborda temas com os quais nos identificamos.
Por que você pouco faz televisão?
Tudo vem da intuição. No cinema, gosto de entrar em aventuras. Tenho a oportunidade de conhecer o Brasil e perceber que somos vários países num só. Eu me acho um ator popular, mas minhas escolhas não são. No ano passado, atuei na novela Cordel Encantado e recebi respostas do público no dia a dia. Não possuo contrato com a TV, mas há sempre uma paquera entre nós. Talvez À Beira do Caminho seja uma porta para atingir mais gente.