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Imagens do inconsciente

Telas de Rodrigo de Souza Leão reunidas no MAM revelam um artista em busca de entendimento

Por Carlos Henrique Braz
Atualizado em 5 dez 2016, 15h50 - Publicado em 21 dez 2011, 15h40

AVALIAÇÃO ✪✪✪

Portador de esquizofrenia, Rodrigo de Souza Leão (1965-2009) teve uma breve e instigante carreira como escritor, poeta e jornalista. Três meses antes de falecer, em uma clínica psiquiátrica, o inquieto carioca exercitou suas habilidades em outra área, como pintor, cursando a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Chegou a produzir mais de quarenta telas. Trinta desses óleos foram selecionados por Marta Mestre e Ramon Mello, curadores da individual Tudo Vai Ficar da Cor que Você Quiser, e são exibidos junto a poemas no MAM. Nos trabalhos expostos dá para ter uma ideia efetiva da visão de mundo de Souza Leão. Ele expressou em grossas camadas de tinta e largas pinceladas sua relação com a família, a religião e a própria doença, da qual tinha total consciência.

Num estilo entre o figurativo e o abstrato, construiu séries como Grades/Losângulos e Haldol – nome do medicamento que tomava. Em outro caminho, também criou quadros em que retrata personagens de seus livros. Um deles, batizado O Punk, ilustra a capa do romance O Esquizoide: o Coração na Boca, lançado neste ano pela editora Record. No acervo se destacam ainda obras de grandes formatos, a exemplo de Retrato de Gregor Samsa II e O Sentido da Vida – a maior peça do conjunto, que guarda semelhança com o traço de Keith Haring (1958-1990). Na montagem da exposição, contribuem para criar uma atmosfera de reclusão as grades utilizadas como cenário do espetáculo Todos os Cachorros São Azuis, inspirado no livro homônimo do artista, que esteve em cartaz no Teatro Maria Clara Machado em julho. Uma louvável iniciativa, a mostra apresenta ao visitante a curta trajetória artística do homenageado e mostra como ele traduziu em pinceladas sua relação com o mundo.

Rodrigo de Souza Leão. Museu de Arte Moderna. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, Centro, ☎ 2240-4944. → Terça a sexta, 12h às 18h; sábado, domingo e feriados, 12h às 19h. R$ 8,00. A bilheteria fecha meia hora antes. Pessoas com mais de 60 anos pagam R$ 4,00. Grátis para amigos do MAM e menores de 12 anos. Aos domingos vigora o ingresso-família: pagam-se R$ 8,00 por grupo. Estac. (R$ 3,00 por uma hora). Até 15 de janeiro de 2012. Fecha sábado (31) e domingo (1º). https://www.mamrio.com.br.

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