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Retrato: Policiais encontram dinheiro venezuelano escondido

Após troca de tiros, a surpresa: policiais civis da 17ª DP encontraram na região do Caju cerca de 12 milhões de reais em moeda venezuelana

Por Pedro Tinoco
Atualizado em 18 mar 2017, 10h00 - Publicado em 18 mar 2017, 10h00

Na crônica policial nossa de cada dia, existe um certo tipo de imagem que, de tão desconcertante, funciona como alívio cômico, uma forma de compensar a violência também absurda da criminalidade cotidiana. Flagrantes da suíte cinco-estrelas do chefe do tráfico ou da coleção de diamantes do político preso, por exemplo, sempre inspiram bons momentos de conversa fiada. Na segunda 13, a bandidagem do Caju deu contribuição surpreendente a esse lado folclórico do noticiário. Alvo de uma operação de agentes da 17ª Delegacia de Polícia, os marginais se escafederam, deixando para trás dois carros com cerca de 40 milhões de bolívares distribuídos da seguinte forma: parrudos pacotes de notas de 100 divididos em doze malas, guardadas, por sua vez, em dois carros roubados. A localização da fortuna em moeda da Venezuela, a mais de 4 500 quilômetros da capital Caracas, foi passada para a polícia por meio de denúncia anônima. Em um primeiro momento, levantou-se a suspeita de que o dinheiro serviria para comprar armamento no país vizinho. Já no dia seguinte, as investigações apontavam para outro caminho: a bufunfa, equivalente a 12 milhões de reais, em desvalorizada moeda estrangeira — na cotação da semana, 1 bolívar estava valendo módicos 31 centavos de real —, seria a matéria-prima para um esquema de falsificação. Lavado com produtos químicos, o papel­-moeda importado voltaria à impressora para se transformar em dinheiro de mentira, porém mais forte que o original. Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro determinou, em dezembro do ano passado, a retirada de circulação das notas de 100, estam­padas com a cara do herói da independência, Simón Bolívar. Pretendia, justamente, evitar o contrabando das cédulas, negócio que movimenta a fronteira com o Brasil. Bolívar, quem diria, foi parar no Caju.

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