Jayme de Almeida
O técnico, com seu estilo calmo e humilde, é cria da Gávea e, em 2013, fez a equipe do Flamengo retomar o brio, tornando-se figura central no tricampeonato da Copa do Brasil
A maior torcida do Rio encerra o ano feliz: com o tri na Copa do Brasil, o Flamengo garantiu vaga na Libertadores. A glória, porém, parecia distante em setembro, quando o time lutava tão somente para fugir da zona de rebaixamento do Brasileiro. Ao longo do ano, já haviam passado pela Gávea três técnicos ? Dorival Júnior, Jorginho e o estrelado Mano Menezes. Até que surgiu um quarto nome. Vitórias e grandes atuações começaram a acontecer, mesmo sem nenhuma contratação: o protagonista dessa história não estava dentro das quatro linhas, mas no banco: era Jayme de Almeida. Carioca, 60 anos, ele fez o que parecia improvável àquela altura: reergueu o moral da equipe. Ex-jogador do clube na década de 70, já tinha trabalhado como treinador, sem visibilidade. ?Em 2013 tive a missão de livrar o time da segundona, e ninguém imaginava que poderíamos acabar o ano com um título?, festeja. O técnico, quase sempre muito calmo à beira do campo, confessa que temeu o desafio. ?Era uma responsabilidade enorme. Mas o medo às vezes é até bom. Se você não tem medo, sai fazendo um monte de bobagens?, avalia o campeão.
?O Flamengo é um lugar onde me sinto à vontade. Conheço todo mundo, as pessoas me conhecem, sabem como sou?, conta. Como jogador, ele conquistou o Carioca de 1974, ao lado de Zico e Júnior. Também teve passagens por São Paulo, Guarani, e chegou à seleção. Mais recentemente, foi assistente de Vanderlei Luxemburgo por três anos. Fora dos gramados, Jayme leva uma vida tranquila. Toda quinta-feira, por exemplo, joga uma pelada com veteranos no condomínio onde mora, na Barra, e, sempre que pode, encontra velhos conhecidos para um chopinho no Leblon. Sobre os planos para 2014, o treinador prefere não criar alarde. ?O Flamengo é a minha segunda casa, e espero poder continuar contribuindo para as vitórias do clube, seja como técnico, seja em qualquer outra função?, afirma, humilde como sempre.