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Pós-praia alternativo

Loja cria eventos descolados para atrair jovens ? e vender câmeras fotográficas made in URSS

Por Carla Knoplech
Atualizado em 5 jun 2017, 14h58 - Publicado em 20 Maio 2011, 15h29

Todas as quintas-feiras, uma pequena multidão abarrota a sobreloja de uma galeria na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema. Em um pequeno espaço de 50 metros quadrados, as pessoas conversam, assistem à apresentação de bandas de rock e, ocasionalmente, palestras. Sábado sim, sábado não, também funciona ali um animado pós-praia, com cerveja gratuita. Não raro, os frequentadores ? quase todos jovens entre 20 e 30 anos ? têm de se revezar para entrar no espaço, lotadíssimo. Do lado de dentro, em cima de placas de vidro escoradas por caixotes de madeira, ficam os objetos de culto que atraem tantos fiéis. Trata-se de um punhado de câmeras fotográficas da marca Lomo, acrônimo de Leningradskoye Optiko Mechanicheskoye Obyedinenie (União Ótico-Mecânica de Leningrado), criadas na época da finada União Soviética. Feitas de materiais baratos, têm desenho antiquado, usam filme e distorcem a imagem com cores e efeitos quase surreais. Mesmo assim (ou talvez por isso mesmo), são absolutamente irresistíveis para seus admiradores. “A Lomo resgata aquela sensação infantil de esperar pela revelação, de saber se as fotos ficaram boas ou não”, diz a estudante de design Julia Villela, 25 anos, participante dos embalos na lojinha.

Divulgação
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Aberta há um ano e meio, a unidade carioca faz parte de uma rede global de 22 filiais, chamadas de Lomography Gallery Stores. Juntas, formam a Sociedade Lomográfica Internacional, grupo criado por dois austríacos em 1991, com o objetivo de promover e vender as máquinas russas pelo mundo. Foram eles que criaram o conceito do lugar, que também funciona como espaço de convivência e centro de eventos. A festa das tardes de quinta, por exemplo, é conhecida como Blue Hour e acontece em todas as lojas, no mesmo dia e na mesma hora. “Somos um grupo de 1 milhão de pessoas interessadas em um estilo de vida mais espontâneo, mais autêntico, e usamos a fotografia para mostrar isso”, explica Filipa Richter, diretora-geral no Rio. Em Ipanema, os fãs encontram câmeras que custam entre 84 e 1 400 reais ? essa última feita com plástico usado nas naves russas e lente deslizante. Há filmes de vários formatos (alguns com prazo de validade vencido, para dar um efeito psicodélico às imagens), camisetas, livros, agendas, xícaras e canecas. A sociedade mantém ainda um site de relacionamento que permite a troca de fotos e informações entre seus membros. Graças a tamanho burburinho, o negócio cresceu 45% entre 2009 e 2010. Prova de que uma boa ideia ? e muito agito ? pode ressuscitar até mesmo o que já era considerado irremediavelmente velho e superado.

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