Pedala, Rio
Com mais bicicletas, ciclovias e bicicletários, a cidade maravilhosa se torna a capital nacional das magrelas
Andar de bicicleta no Rio melhorou e muito nos últimos anos. Por um conjunto de razões, a cidade tem se tornado amiga das magrelas rapidamente. Investimentos públicos e privados estão ajudando a aumentar o número de adeptos das pedaladas como meio de transporte, e não apenas forma de lazer. Começa a surgir no palco da Olimpíada de 2016 uma consciência que há tempos germinou em cidades europeias como Copenhagen: a de que o espaço público deve pertencer, cada vez mais, a pedestres e ciclistas. “Ainda há muito por mudar. Mas a transformação já está acontecendo”, diz José Lobo, presidente da ONG Transporte Ativo. Confira a seguir os principais motivos que transformaram o Rio na capital nacional das bikes.
Mais ciclovias
A malha cicloviária deu um salto impressionante de 150 quilômetros, em 2009, para os atuais 355, com meta de atingir 450 até 2016. Ainda é pouco se comparado a cidades como Munique, onde há 1,3 mil quilômetros de infraestrutura cicloviária. Mas já é o suficiente para dar ao Rio a segunda maior malha de ciclovias da América Latina.
Bikes de aluguel
O sistema de bicicletas alugadas BikeRio já tem quase 200 mil usuários cadastrados. Para onde quer que se olhe, lá estão as bikes de aluguel, hoje espalhadas por 60 pontos da cidade. O sucesso é tão grande que novas estações já estão sendo implantadas.
Novas rotas no Centro
Mais de 3 km de ciclofaixas no coração do Rio foram inauguradas recentemente. Do Museu de Arte Moderna, no Aterro, ao Centro, são três caminhos diferentes, elaborados em conjunto por ciclistas, especialistas em transporte e autoridades. Com o fim do estacionamento para carros na Rua Graça Aranha, o painel de Cândido Portinari, na lateral do Palácio Gustavo Capanema, agora pode ser visto por inteiro – os carros estacionados onde hoje passa uma ciclofaixa cobriam parte da obra.
Melhores bicicletários
São, no total, entre 4 e 5 mil vagas para bicicletas na cidade, segundo a ONG Transporte Ativo. Com estrutura toda de alumínio, o atual modelo é bem mais resistente que o anterior, de ferro.
Aposta contra o trânsito
A Prefeitura adotou a magrela como maneira de mitigar problemas de trânsito, como, por exemplo, os causados pelas obras do metrô no Leblon. Ali, para incentivar pessoas que trabalham no bairro a não irem de carro, foram instaladas mais de 500 vagas para bicicletas.
Magrelas de luxo
Há pelo menos dois anos, grifes cariocas começaram a seguir uma tendência, herdada de marcas estrangeiras, pra lá de cool: fabricar bicicletas personalizadas feitas em processo artesanal. É possível comprar uma bike em que se escolhe até a cor dos pedais. Os modelos vintage aqueceram o mercado e hoje fazem sucesso na ciclovia carioca.
A cada dia são feitos 1,5 milhão de trajetos de bicicleta em toda a cidade, segundo a Prefeitura.
Com o Rio de Braços Abertos
Carioca é bem-humorado, descontraído. Mas pode ser também engajado e envolvido com as transformações que vêm acontecendo para deixar tudo pronto para os grandes eventos que se aproximam. Para dar um empurrãozinho, a Veja Rio, com o patrocínio da Petrobras e Prefeitura do Rio de Janeiro, criou o movimento Com o Rio de Braços Abertos, em busca de uma cidade melhor para turistas e, acima de tudo, para quem vive aqui.