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Vitrine olímpica

Com abertura prevista para setembro, o museu que vai abrigar a bandeira dos Jogos tem salas interativas e uma enorme maquete de como o Rio ficará em 2016

Por Caio Barretto Briso
Atualizado em 5 jun 2017, 14h28 - Publicado em 18 jul 2012, 16h17

Em menos de duas semanas, terá início a maior celebração esportiva do planeta. Durante dezessete dias, de 27 de julho a 12 de agosto, a Olimpíada de Londres vai atrair o olhar de 4 bilhões de pessoas. Quando se despedirem da capital inglesa, os Jogos atravessarão o Atlântico para desembarcar pela primeira vez em um país da América do Sul. Como é praxe nessas ocasiões, na cerimônia de encerramento ocorrerá o ritual de entrega da bandeira olímpica ao prefeito da cidade que vai sediar a edição seguinte. Símbolo da competição, o manto com os cinco anéis estampados não ficará guardado a sete chaves por aqui. No próximo quadriênio, sua casa será o Pavilhão Cidade Olímpica, um híbrido de museu e sala de exposições que está sendo erguido ao lado da sede da prefeitura, na Cidade Nova. A bandeira permanecerá à vista dos visitantes logo no hall de entrada, protegida por um vidro blindado. Ela se tornará apenas uma das atrações do lugar, que nasce com o propósito de mostrar a nova configuração do município para 2016. “Será um espaço para nos inspirar, uma forma de olharmos as transformações pelas quais a cidade está passando e refletir sobre elas”, diz Antenor Barros Leal, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, entidade à frente da iniciativa, com custo superior a 15 milhões de reais.

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Com uma cobertura sinuosa que remete aos traços de Oscar Niemeyer, o projeto chama atenção pelo design arrojado e equipamentos de alta tecnologia. Serão 2?500 metros quadrados de área interna, divididos em oito salas. Após atravessarem a porta e darem uma espiada no pavilhão olímpico, os visitantes vão deparar com uma maquete gigantesca do município, com aproximadamente 250 metros quadrados. Devido à dimensão, haverá uma pequena arquibancada de onde será possível observá-la melhor, de cima. Além da morfologia em alto- relevo dos bairros do Rio, a obra reproduz construções históricas, como os Arcos da Lapa e o Copacabana Palace. No espaço seguinte, totens exibirão vídeos de cariocas anônimos e famosos que vão discorrer sobre o futuro de nossa cidade. Em um compartimento dotado de quatro mesas interativas, os frequentadores poderão viajar por vários temas, entre eles a história do Rio, a partir da reurbanização conduzida pelo prefeito Pereira Passos no início do século passado. Outras atrações programadas são os passeios virtuais, que podem ser feitos numa sala equipada com 100 tablets, fincados no chão por hastes de metal. Para encerrar o percurso, um telão de 25 metros de comprimento por 6 de altura exibirá filmes institucionais sobre nossa metrópole. A previsão é que o complexo abra as portas já em setembro. “Em vez de tijolos e cimento, estamos usando uma estrutura de ferros trançados, que é mais leve, econômica e rápida de executar”, afirma o cenógrafo Abel Gomes, responsável pela concepção da fachada.

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A contagem regressiva para os Jogos começou assim que o Rio foi escolhido como sede, em outubro de 2009. Desde então, os cariocas passaram a manifestar um compreensível entusiasmo pela oportunidade literalmente de ouro que a cidade tem para se revitalizar, impulsionada pela competição. Há algumas edições, a Olimpíada transcendeu a esfera esportiva e se transformou em um grande negócio. Essa mudança de patamar se iniciou nos Jogos de Los Angeles, em 1984, quando a eficaz participação da iniciativa privada permitiu que os altos investimentos em sua organização fossem recuperados – e com lucro. Em Barcelona, oito anos depois, nasceu o melhor exemplo de como uma Olimpíada pode ser a fagulha para detonar a recuperação de um tecido urbano degradado. Após uma ampla reforma visando à competição, a cidade catalã se reinventou e virou uma das metrópoles europeias mais admiradas. Hoje, recebe perto de 8 milhões de turistas por ano, quatro vezes mais que no período anterior.

A exemplo do que ocorreu na terra de Miró, a região portuária carioca ganhou ênfase no projeto de reconfiguração do município. Para mostrar como vai ficar essa área específica, foi criado o Centro de Exposições do projeto Porto Maravilha, aberto à visitação recentemente na Avenida Barão de Tefé. O Pavilhão Cidade Olímpica vai pelo mesmo caminho, e a expectativa é que receba 200?000 pessoas por mês. A julgar pelas últimas iniciativas do gênero na nossa cidade, a previsão é realista. Basta ver as imensas filas no Forte de Copacabana para conferir a mostra Humanidade 2012, uma das atrações da conferência Rio+20. Ainda não foi definido o destino que o imóvel em construção terá após a Olimpíada. A ideia inicial é que se transforme em um museu permanente dos Jogos. “Ele poderá reunir registros do torneio e da transformação da nossa capital”, afirma o prefeito Eduardo Paes. Que nos traga, de fato, boas recordações.

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