Paulo Niemeyer e Letícia Veiga
Eles dedicam-se a desvendar os complexos mecanismos e o intricado funcionamento do cérebro, nosso órgão mais misterioso
O tarimbado clínico, referência em neurocirurgia no Rio, e a jovem médica, ainda às voltas com as provas da pós-graduação, podem até discordar nos passeios favoritos (ele gosta de frequentar restaurantes, ela prefere caminhar na praia), mas concordam ao reconhecer a complexidade do órgão que escolheram como objeto de estudo e de trabalho. “É difícil de entender e de manipular”, ressalta Paulo Niemeyer, 58 anos. “E muito misterioso”, completa Leticia Veiga, 26. Desde muito cedo, a medicina fez parte da vida de ambos. O especialista consagrado como um dos melhores do país seguiu a carreira do pai, pioneiro da radiografia de artérias e profissional de confiança de presidentes da República. Ela, por sua vez, conta que, revirando velhos cadernos, achou outro dia uma frase escrita aos 8 anos: “Quando crescer, quero salvar vidas”. De fato, vem ajudando a salvar muitas delas, mas, como todo médico, já viu alguns pacientes morrer. “Fiquei péssima”, afirma. Ambos têm rotina apertada e, quando sobra tempo entre um plantão e outro, curtem filmes sobre medicina, entre eles O Óleo de Lorenzo. Bonito e edificante, mas também tristíssimo.