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Dez curiosidades sobre Paraísos Artificiais

Filme protagonizado por Nathalia Dill marca a estreia do premiado Marcos Prado na direção de longas de ficção. Listamos dez fatos curiosos sobre a fita, que chega na sexta (4) aos cinemas

Por Louise Peres
Atualizado em 5 jun 2017, 14h33 - Publicado em 3 Maio 2012, 16h46

Após transformar a história de uma catadora de lixo do lixão de Gramacho no documentário Estamira – e receber 33 prêmios nacionais e internacionais por ele – Marcos Prado avança, pela primeira vez como diretor, no terreno da ficção. É dele a assinatura e o argumento de Paraísos Artificiais, longa que chega nesta sexta (4) aos cinemas cariocas trazendo uma história de amor, cenários paradisíacos e as batidas do trance como trilha sonora. Ambientada no momento em que a música eletrônica estoura no país e tendo como pano de fundo a explosão sensorial vivida nas raves, a trama mostra a relação de três jovens contemporâneos: Érika, (Nathalia Dill, que encarna seu primeiro grande papel nas telonas), Nando (Luca Bianchi) e Lara (Lívia de Bueno).

Acostumado a retratar a realidade, Prado não abriu mão de tocar em temáticas delicadas pertencentes a esse universo: as drogas sintéticas e o crescente envolvimento de jovens de classe média no tráfico de entorpecentes. Para entender melhor esse contexto, ele fez um extenso trabalho de pesquisa ao longo de quatro anos. Nesse período, entrevistou policiais e traficantes, visitou raves e festivais em diferentes países, conversou com sociólogos, psicanalistas, jornalistas, viciados, pais de garotos encarcerados, DJs, produtores. Para levar a você um pouco dessa imersão vivida pelo diretor e pela equipe durante o processo de produção, apontamos dez fatos curiosos sobre o filme. Confira a lista, assista ao trailer e veja se vale a pena conferir.

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1 – EUREKA

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A ideia que deu origem a Paraísos Artificiais surgiu de conversas entre Prado e o ator Bernardo Melo Barreto, que no filme interpreta o melhor amigo de Nando. Em 2007, numa época em que eram constantes as prisões de jovens da classe média envolvidos no tráfico de drogas sintéticas no Brasil, ele se deu conta de que seu próprio filho, então com 15 anos, estava prestes a ser exposto aos excessos e riscos que atingem a juventude de hoje na passagem para a vida adulta. “Se fizesse um filme sobre o tema das drogas sintéticas, poderia de alguma forma alertá-lo”, confessa o diretor.

2 – MERGULHO NAS RAVES

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Marcos Prado revela que chegou a frequentar raves e festas no Recreio entre 1999 e 2002, mas precisou de um intensivão para conceber Paraísos Artificiais. Foi a duas edições do Universo Paralello, festival na Bahia que serviu de inspiração para criar Shangri-la, a enorme festa de arte e cultura alternativa que serve de cenário para as experiências vividas pelos protagonistas do filme. Ao lado do fotógrafo Lula Carvalho e do diretor de arte Cláudio Amaral Peixoto, conheceu também o Burning Man, espécie de festival de contracultura realizado anualmente em pleno deserto de Nevada, nos Estados Unidos. Foi de lá que Prado pinçou a tinta neon com a qual Érika e Lara se pintam em determinada cena – no festival, à noite, as pessoas se enfeitavam com o pigmento que brilha sob a luz negra.

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3 – PAPÉIS INVERTIDOS

Marcos Prado e José Padilha, parceiros em Tropa de Elite 1 e 2, trocam de funções em Paraísos Artificiais. Enquanto na saga de Capitão Nascimento Padilha dirigia e Prado era produtor, no novo filme o diretor de Tropa produz e Marcos Prado dirige.

4 – TODOS À PROVA

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Todos os atores do elenco foram escolhidos por testes. Nem mesmo Nathalia Dill, que vem comprovando seu talento em sucessivos papéis de destaque nas novelas globais, escapou de ser avaliada para o papel da DJ Érika. A personagem, aliás, é a mais ousada de sua carreira, com direito a cenas de nudez e sexo entre ela e os outros dois protagonistas, Nando e Lara.

5 – TREINAMENTO DE CAVEIRA

O elenco de Paraísos Artificiais encarou uma oficina de três meses com a preparadora Fátima Toledo, conhecida por seus rígidos treinamentos – ela também preparou os atores de Tropa de Elite. Luca Bianchi enfrentou a maratona mais intensa. Para viver um jovem da Zona Sul do Rio que é pego traficando entorpecentes e fica preso durante quatro anos, o ator foi submetido a privações. De segunda a sábado, trabalhava com Fátima; só podia ver a família uma vez por semana; e festas, encontros com os amigos e saídas à noite eram proibidos. Uma espécie de prisão em sua própria vida, durante noventa dias.

6 – AÇÃO!

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O filme foi rodado em duas etapas: uma, no fim de 2010, compreendeu as cenas gravadas no Rio e no nordeste do país. Filmaram no Arpoador e no Baixo Gávea, além de sequências em estúdio no cenário de uma boate em Amsterdã. Em seguida, a equipe foi para o Nordeste. Em Pernambuco, na paradisíaca praia do Paiva, rodaram as cenas do festival; em Maceió, nas falésias da praia do Gunga, a bad trip vivida por Érika (Nathalia Dill). Após o carnaval de 2011, a segunda etapa: rumaram para Amsterdã, na Holanda, onde filmaram cenas externas.

7 – BÚFALOS RAIVOSOS

Foi justamente durante a filmagem da cena em que Érika tem uma bad trip após se drogar que um incidente pitoresco aconteceu. A personagem de Nathalia, em suas alucinações, se via nua e cercada de búfalos selvagens. Os animais, teoricamente domesticados, foram trazidos de caminhão do Pará até Maceió exclusivamente para contracenar com a atriz. Na chegada ao nordeste, no entanto, os bichos estavam estressadíssimos após a longa viagem. Num intervalo de gravações, um deles, enraivecido, partiu para cima de Nathalia, que foi protegida por um dos peões que cuidavam do elenco animal. Tamanha gratidão fez com que a atriz esquecesse que estava sem blusa. “Eu fui abraçar o cara. Tem uma imagem dele me olhando meio constrangido enquanto eu agradecia sem me dar conta. Espero que tenha sido legal para ele (risos)”, conta ela.

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8 – JARGÃO DA LIBERDADE

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Durante as filmagens, Marcos Prado não se prendeu ao roteiro. Muito pelo contrário: incentivou que as situações rendessem improvisações e alterações no que as cenas no papel estabeleciam. A cena de sexo entre Érika e Lara (Lívia de Bueno), por exemplo, surgiu no meio das gravações. Essa liberdade e desapego pedidos por Prado aos atores ganhou um nome: “freestyle”. Toda vez que o diretor os instruía a não se prender ao roteiro, dizia “freestyle”.

9 – TRILHA RENOMADA

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Um filme que tem como pano de fundo a cena eletrônica não poderia ter uma trilha sonora diferente. No setlist do longa, cuja trilha original foi composta por Rodrigo Coelho e produzida por Gustavo MM, há DJs e produtores renomados, como Deadmou5, Renato Cohen, Flow & Zeo, Froga Cult, e Magnetrixx, explorando várias vertentes do estilo. Gui Boratto, DJ e produtor brasileiro que figura entre os melhores do mundo, é autor da música-tema do filme. “Sou fã do som do Gui há muito tempo. Ele é talentoso e consegue dar um clima cinematográfico a todas as suas composições”, elogia Prado.

10 – UM OUTRO PARAÍSO

O nome Paraísos Artificiais foi inspirado no título do livro homônimo de Baudelaire. “Li o livro e achei que o título se encaixava perfeitamente no filme, embora aborde outra época, meados do século XIX, e o consumo de outras drogas, vinho, ópio e haxixe”, admite Prado. O diretor inclui ainda entre as obras que inspiraram seu primeiro longa de ficção “Amor Líquido” e “Tempos Líquidos”, de Zigmunt Bauman; “Festa Infinita” de Tomás Chiaverini e “Você quer o que deseja?” de Jorge Forbes. Filmes como “The Doors”, de Oliver Stone, “Réquiem para um Sonho”, de Darren Aronofsky, “Groove”, de Greg Harrison e “Berlin Calling”, de Hannes Stöhr também serviram como referência.

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