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O acidente e o assalto

Desastre no ramal de Japeri da SuperVia provoca mais de 200 vítimas. Por incrível que pareça, depois piorou: ladrões aproveitaram o caos para roubar os feridos à espera de socorro perto dos trilhos

Por Lula Branco Martins
Atualizado em 5 dez 2016, 12h27 - Publicado em 10 jan 2015, 00h00

 

A imagem de trens amassados, um praticamente dentro do outro, costuma ser associada a grandes tragédias, com mortos contados às dezenas, às vezes centenas. Por sorte, desígnio divino ou alguma outra obra do acaso, não houve vítimas fatais no acidente ocorrido na noite da última segunda-feira (5), no ramal de Japeri da SuperVia — mais exatamente na Estação Presidente Juscelino, no município de Mesquita, na Baixada Fluminense. Dessa vez, duas composições se chocaram, uma em velocidade contra a outra parada na área de embarque e desembarque. Mais de 200 passageiros ficaram feridos, mas o tormento não parou por aí. Enquanto aguardavam socorro, à beira da linha férrea, com pernas sangrando e tipoias improvisadas nos braços, as vítimas do desastre foram atacadas por uma espécie de arrastão, criminosos levando o que viam pela frente. De celulares simples a bolsas de mulheres. Se na terça as manchetes destacavam a tristeza e o caos no trânsito gerados pelo choque dos trens, na quarta as reportagens já tinham outro foco. Mostravam filas nas delegacias da região, formadas por gente enfaixada ou sob o efeito de medicamentos que registrava queixa por lesões corporais e furtos os mais diversos. Sobre o caos dos roubos, a Polícia Militar já se pronunciou, alegando que terá dificuldade em chegar aos marginais, pois aquela estação não tem câmeras de segurança. Sobre o acidente, a concessionária buscou explicar por que não implantou o sistema de freios que havia prometido para 2013, e que certamente diminuiria a extensão dos problemas provocados pela batida. Resumo da ópera: mais um episódio de descaso com o usuário de transporte público.

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