Ícone renovado
Em comemoração dos seus noventa anos, novos serviços e a abertura de um restaurante asiático agitam o Copa
Ao cruzar a Avenida Atlântica de uma ponta a outra, é praticamente inevitável não reparar nele. Erguido nos moldes dos hotéis da Riviera Francesa, o Copacabana Palace se transformou em um dos principais símbolos da paisagem carioca, tão reconhecido lá fora quanto o Cristo, o Pão de Açúcar e a própria Praia de Copacabana, onde está instalado desde 1923. Se por um lado a tradição conquistada ao longo dessas nove décadas é um de seus chamarizes, por outro a idade avançada requer cuidados especiais. Assim, em junho de 2012, o prédio principal ficou fechado para uma reforma integral, que custou 30 milhões de reais e durou cinco meses. Das instalações hidráulicas ao mobiliário, tudo foi trocado. Como resposta, vieram os títulos de melhor hotel do Brasil e suíte da América do Sul no World Travel Awards 2013. Os investimentos em comemoração dos noventa anos seguiram com novos serviços: jantares harmonizados no Cipriani, o seu restaurante principal, pratos novos na Pérgula, espaço mais informal, e rótulos de vinhos da casa numerados. Até que na semana passada veio o grand finale: na quarta (4), o aniversariante recebeu 700 convidados, entre os quais figuras ilustres da sociedade carioca, como o cirurgião Ivo Pitanguy, a estilista Lenny Niemeyer e a atriz Luana Piovani, para uma noite inspirada nos cabarés dos anos 20.
A melhor surpresa, no entanto, ainda está por vir. Em janeiro de 2014, será inaugurado mais um restaurante no hotel, com investimento de 3,5 milhões de reais e consultoria do americano Ken Hom. Ao cozinheiro, foi encomendada uma espécie de versão carioca do estrelado Nobu, com matriz em Nova York e filiais em Londres, Dubai e Hong Kong. No lugar do Bar do Copa, até o mês passado palco de festas regadas a combos de vodca e energético, será montada a nova cozinha, de onde sairão pratos asiáticos contemporâneos. “É um estilo de comida que está muito em voga no exterior, e não temos nada parecido no Rio ainda”, diz Eduardo Bressane, diretor da área de alimentos e bebidas desde o início do ano. Com a expertise de grandes cadeias como Hyatt e Caesar Park, ele foi trazido do concorrente Fasano para rejuvenescer o setor. O reforço também chegou no momento em que uma crise atingia o hotel ? em fevereiro, a Vigilância Sanitária encontrou 100 quilos de comida vencida em uma das cozinhas. A multa de 250?000 reais rendeu uma rigorosa faxina interna. E, além de contar com Bressane, a equipe foi reforçada pelo português Miguel Garcia, com passagem pela rede Four Seasons, para assumir a gerência de operações.
Os ajustes nos bastidores são parte importante da estratégia do Copa para manter a excelência que carrega desde que abriu as portas. Seguindo uma tendência internacional da hotelaria, o cinco-estrelas quer deixar de lado a imponência que lhe é peculiar e aproximar-se de seu público, formado não só pelos hóspedes como pelos próprios cariocas. O terceiro restaurante, complementar aos celebrados Pérgula e Cipriani, vem também preencher essa lacuna e dar novo fôlego à ala gastronômica, que, junto com o braço de eventos (casamentos e festas), já representa 45% do faturamento. “Nossa meta é fazer com que os turistas e os moradores da cidade passem mais tempo desfrutando a nossa estrutura”, explica a gerente-geral Andréa Natal, que assumiu no ano passado o lugar ocupado pelo inglês Philip Carruthers durante 23 anos. Novinho em folha e reestruturado, o célebre aniversariante parece estar no caminho certo para manter seu reinado pelas próximas décadas.