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“Marielle era uma ameaça aos poderes constituídos”

Colega de bancada e, como ela, estreante na Câmara Municipal, Tarcísio Motta busca entender as circunstâncias do assassinato de Marielle Franco

Por Pedro Tinoco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 mar 2018, 14h03 - Publicado em 15 mar 2018, 13h24
Amigos na folia: no Facebook da vereadora, Marielle e Tarcisio em encontro no Carnaval (reprodução Facebook/Reprodução)

O PSOL tem a segunda maior bancada na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. No grupo de seis vereadores eleitos em 2016, os estreantes Tarcísio Motta e Marielle Franco eram particularmente próximos: fizeram campanha juntos, ocupavam gabinetes vizinhos e planejavam enfrentar as eleições no fim do ano com uma chapa puro-sangue: Motta para governador e Marielle como vice. A saudável convivência e os planos para o futuro foram brutalmente interrompidos na noite de ontem, com o assassinato da vereadora. Seu amigo Tarcísio Motta foi um dos primeiros a chegar ao local do crime e não descansa desde ontem, mas parou por um instante para conversar com VEJA RIO. .

As investigações sobre o crime avançaram de alguma forma?

Não estou acompanhando diretamente as investigações, quem está fazendo isso é o deputado Marcelo Freixo, em contato direto com a delegacia de homicídios, a polícia civil. Não tenho notícias novas, mas percebo que todo o operativo está empenhado no avanço das investigações. Reconheço isso, a prefeitura, inclusive, disponibilizou o Centro de Controle Operacional, que tem câmeras espalhadas pela cidade.

O que, na atuação da vereadora Marielle Franco, pode, de alguma forma, ter contribuído para que decidissem calá-la desta forma brutal?

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A denúncia dela sobre a violência policial em Acari não foi parte de uma ação mais incisiva, ela fez isso através de uma postagem nas redes sociais, tinha contato com familiares de vítimas, é um tipo de trabalho que ela já fazia desde o tempo da comissão de direitos humanos. Não havia nenhum relato de ameaça, nem a ela nem a ninguém da nossa bancada. Eu convivia diariamente com ela, meu gabinete era o lado do dela, não havia nenhuma avaliação de que corríamos risco. Agora, ela, como vereadora, com a perspectiva política dela, era sim uma ameaça aos poderes constituídos, paralelos e oficiais. Acho que a atuação da Marielle levou a essa execução. Portanto, precisamos de respostas. Pode ter sido o 41º Batalhão da PM (acusado de atos de violência em Acari)? Pode. Pode ter a ver com as críticas que ela fazia à intervenção federal? Pode. Mas a pergunta que importa é a seguinte: Por quê?

Do que você vai sentir mais saudade?

Do sorriso dela.

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