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O fim das locadoras

Lojas de aluguel de DVDs fazem saldão de títulos antes de fechar as portas ou mudar radicalmente o modelo de negócio

Por Thayz Guimarães
Atualizado em 5 dez 2016, 13h39 - Publicado em 28 Maio 2014, 20h35

Na entrada, um cartaz avisa sobre a “queima total de filmes raros, europeus, clássicos, infantis e games”. Dentro da loja, prateleiras repletas de DVDs dividem o espaço com uma ala de objetos hospitalares e ortopédicos. O ponto em questão é a Vídeo Nacional, no Leblon, que se orgulha de ser a primeira rede de locadoras da cidade, aberta em 1982. Quando todo o lote de filmes for vendido, o salão será inteiramente ocupado pelo setor de produtos médicos. Não é exatamente uma novidade o fechamento de pontos comerciais que alugam DVDs . O que chama atenção agora é a quantidade de lojas de renome que estão encerrando as atividades ou mudando o modelo de negócio para se adaptar aos novos tempos. Entre elas, encontram-se a Vídeo Estação, a Macedônia e a Video Session. Dos sete endereços da Vídeo Nacional, apenas o de Ipanema se mantém exclusivamente como locadora. “Na verdade, faz uns quinze anos que a gente espera por isso”, admite Luís Jorge Oliveira, um dos sócios da casa. “Só não aconteceu antes porque a internet e a TV a cabo no Brasil são horríveis.”

A derrocada do setor deve ser creditada a uma conjunção de fatores. Um deles é a evolução da tecnologia digital, que tornou dispensável o DVD – que, por sua vez, já havia aposentado o sistema VHS. É inegável o conforto que o serviço de TV por internet proporciona ao espectador. Outro vilão apontado pelos comerciantes são as distribuidoras, que vêm diminuindo o intervalo entre a chegada do filme às lojas e seu lançamento nas TVs por assinatura. “As distribuidoras não respeitam a janela”, protesta Raphaela Leite, da Video Session, dona de um acervo de 14?000 títulos, que em julho fecha sua última unidade. Ressalte-se que o fenômeno é mundial, como prova a debacle da outrora portentosa Blockbuster, empresa americana que em 2013 fechou seus últimos 300 endereços nos Estados Unidos. Em meio ao vendaval que tem varrido muita gente do mapa, é preciso criatividade e heroísmo para sobreviver. “Manter a Cavídeo funcionando é questão de honra”, diz Cavi Borges, dono da loja no Humaitá, que teve queda de 50% na receita do ano passado para cá. Ele não só reduziu as despesas como diversificou a oferta de mercadorias. Passou a vender peças decorativas, postais, adesivos e broches com temas cinematográficos. Nesse enredo, porém, é difícil ter final feliz.

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