Memória da Cidade
Propriedade dos Peixoto de Castro, hoje um condomínio, serviu como cenário de filmes
Glória tijucana
Foi realizado, ao longo da semana passada, no Atlântica Business Center, em Copacabana, um leilão de móveis e objetos que pertenceram aos Peixoto de Castro, uma das mais sofisticadas famílias cariocas da primeira metade do século XX. Hoje eles têm menos glamour, após uma série de percalços no mundo dos negócios. Mas seu acervo de peças raras é impressionante. Um dos lotes reuniu quadros, joias e louças que nos bons tempos enfeitavam a mansão do clã na Tijuca, um palacete de três andares em um quarteirão inteiro, na esquina da Rua do Matoso com a Santa Amélia. A foto maior mostra como eram o jardim e a entrada dessa casa, revelando ainda algumas glórias do bairro na época: belas palmeiras ao fundo, calçadas limpíssimas e vias sem trânsito pesado. Ali moraram o patriarca Antonio Joaquim Peixoto de Castro Júnior e sua mulher, Zélia. Detalhe: não são os dois na imagem, e sim Eva Nil e Carlos Modesto, protagonistas do filme Barro Humano, de Adhemar Gonzaga, ali rodado em 1929 — acima, no detalhe, aparecem as atrizes Eva Schnoor (sentada à esquerda) e Gina Cavalieri num intervalo das filmagens, descansando no sofá da sala. A casa foi demolida em 1981, dando lugar a um condomínio. Muito se falará sobre ela no curso História do Cinema Brasileiro, a cargo do pesquisador Hernani Heffner, com início previsto para junho, na sede da Cinédia, na Glória.