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Muito além da bola

Saiba onde dar os primeiros passos em esportes nada convencionais e que são pouco conhecidos por aqui

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 5 jun 2017, 14h26 - Publicado em 8 ago 2012, 12h26

De quatro em quatro anos, o país do futebol tem sua atenção despertada para esportes com os quais nutre pouquíssima familiaridade. Em época de Olimpíada, como agora, vira e mexe o brasileiro depara na TV com modalidades um tanto estranhas a nossos olhos. É o caso do badminton, um jogo de raquetes e peteca que tem a China, a Coreia do Sul e a Indonésia como grandes potências olímpicas. Outro exemplo nessa linha é o hóquei na grama, praticado com um taco em formato de jota e presente na principal competição do planeta desde o começo do século passado. Para aqueles que querem se iniciar nessas ou em outras atividades pouco difundidas por aqui, destacamos sete esportes nada triviais que possuem escolinhas na cidade (veja o serviço na pág. 18). Entre eles, o tiro esportivo, que seduziu o estudante Andrey Braga, 17 anos, neto do atirador Alberto Braga, atleta brasileiro nos Jogos de Londres-1948 e Helsinque-1952. “É um esporte viciante e desafiador, que impõe metas cada vez mais difíceis. Não basta só chutar a gol”, diz ele. Qualquer maneira de suar a camisa e se divertir vale a pena.

Tiro

Há duas formas de praticá-lo: com armas de fogo (só para maiores de idade) ou de ar comprimido (a partir de 12 anos). O curso básico, no entanto, é o mesmo, com uma aula teórica e três práticas. Os calouros aprendem fundamentos como recarregar a arma e usar a mira. Em média, são feitos cinquenta disparos por sessão, a até 25 metros do alvo. Cumprido esse estágio, o novato escolhe seu treinamento. Ele pode ainda fazer um curso avançado, que o habilita a adquirir uma arma de fogo para fins esportivos. Apesar do preconceito associado à prática, o tiro é um esporte tradicional e democrático. Os Jogos de Pequim reuniram competidores de 17 a 61 anos. “É um esporte seguro e nada bruto. Violento é o UFC”, diz a professora de educação física e atiradora Patrícia Rosito. A modalidade, por sinal, deu o primeiro ouro ao Brasil, pelas mãos de Guilherme Paraense, em 1920.

Hóquei na grama

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Comparada com sua vertente no gelo, esta modalidade disputada em gramado sintético parece até fácil. Tal qual o futebol, ela envolve em cada equipe um goleiro e dez atletas de linha, que têm como objetivo meter a pelota dentro das traves. Só que o instrumento de trabalho não são os pés nem a cabeça, mas, sim, um taco de fibra de carbono com uma curvatura na parte de baixo. No Rio, há escolinhas na Vila Militar, em Deodoro, e na Sociedade Germania, na Gávea, com o aluguel do equipamento incluído na mensalidade. No início, as aulas enfatizam exercícios de passes e controle de bola com o cajado. A fim de aprimorar a técnica dos alunos, os professores montam circuitos para que eles se desloquem em zigue-zague. No encerramento da atividade vem o melhor de tudo: há sempre uma animada pelada reunindo eles e elas.

Ginástica de trampolim

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Dar saltos numa cama elástica é algo ao alcance de qualquer criança. Porém, esta modalidade que começou a valer medalha nos Jogos de Sydney, em 2000, envolve manobras de difícil execução, que chegam a alçar o corpo do atleta a dez metros do chão. Portanto, é preciso ter amplo domínio de técnicas acrobáticas para fazer as piruetas. O passo inicial pode ser dado nas escolinhas do Vasco, em São Januário, no Núcleo de Ginástica Olímpica Tatiana Figueiredo e no Colégio Alfa Cem, ambos em Jacarepaguá. As aulas se iniciam com um alongamento e corrida leve. Já na primeira semana, são transmitidos aos alunos alguns dos movimentos que podem ser realizados sobre o aparelho. “A sensação de liberdade é incrível”, ressalta a estudante Marcela Martins, 17 anos de idade e mais de dez de ginástica de trampolim.

Wrestling

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As lutas livre e greco-romana envolvem muita agarração. Tudo para imobilizar o oponente no chão e assim ganhar o confronto, que é dividido em três rounds de dois minutos cada um. Uma vantagem em relação a outras atividades olímpicas é que o wrestling não exige equipamento extra. Para praticá-lo, bastam disposição e força nos membros e tronco. O aluno noviço não deve estranhar se o professor passar exercícios esdrúxulos, como derrubar o colega sem usar as mãos, ou propor uma partida de futebol americano, só que jogada de joelhos. “O mais difícil não é aprender os movimentos, mas, sim, as técnicas de respiração para aguentar firme até o fim do combate”, revela o estudante Guilherme Marinheiro, 18 anos, que se interessou pelo wrestling graças ao Ultimate Fighting Championship (UFC), que concentra vários atletas adeptos da modalidade.

Badminton

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Muito disseminado em países altamente populosos, como China e Indonésia, este esporte pouco conhecido por aqui é o segundo mais praticado do planeta, atrás apenas do futebol. Semelhante à mecânica do tênis, o jogo é praticado com raquetes, e os adversários têm como meta fazer com que a peteca caia do outro lado da rede. As partidas são disputadas em melhor de três sets de 21 pontos cada um. “A peteca muda de velocidade facilmente e é muito traiçoeira. É preciso ter reflexo aguçado”, afirma o estudante de engenharia Bernardo Reis, 20 anos. Ele conheceu a modalidade por intermédio do professor de educação física Sebastião Oliveira, principal incentivador do badminton na cidade, à frente do Miratus Centro de Treinamento, em Jacarepaguá, onde as aulas são gratuitas.

Esgrima

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Para quem quer se tornar um ás como Zorro e D?Artagnan, os clubes Militar da Lagoa e Ginástico Português oferecem aulas de florete, espada e sabre, as três vertentes em disputa em Londres. Inicialmente, os novatos ficam um mês na chamada “escola de passo”, para aprender os movimentos de recuo e ataque. A partir daí, começam a manusear a arma. O aluguel do equipamento – espada, uniforme e máscara ? está inserido na mensalidade. “É um esporte gostoso de praticar”, afirma o médico Saulo Rodrigues, 31 anos, que se encantou pela modalidade nos Jogos de Sydney, em 2000. O curso completo envolve sete etapas. Para passar de nível, o aluno é submetido a provas prática e escrita. Com cerca de 250 adeptos no Rio, a esgrima trabalha resistência aeróbica, coordenação, reflexo e equilíbrio. É um dos quatro esportes presentes na Olimpíada desde 1896.

Arco e flecha

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Vamos deixar os índios de lado. O bom e velho arco e flecha virou esporte no Rio em 1955, quando ocorreu a primeira prova do gênero na Quinta da Boa Vista, vencida pelo comissário de bordo português Adolpho Porta, um personagem fundamental para o desenvolvimento da modalidade no Brasil. Trata-se de uma atividade que exige destreza e precisão. Até atingir o alvo, a 70 metros de distância, com pontuação crescente da borda para o meio, a flecha chega a atingir 240 quilômetros por hora. Na Olimpíada, são duas séries com um total de 72 disparos. “É um esporte dispendioso, mas que compensa cada centavo investido”, resume o estudante de ciência da computação Erick Moura, que pratica o esporte há quatro meses no Club Municipal da Tijuca. Ele desembolsou pouco mais de 1?000 reais para importar o equipamento da Holanda.

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