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Dez curiosidades sobre os roteiros do Porta dos Fundos

Coletivo de humor lança livro que reúne 37 roteiros de esquetes publicados no canal do YouTube. A pedido de VEJA RIO, Fábio Porchat revela dez fatos curiosos sobre a criação dos vídeos do Porta dos Fundos

Por Louise Peres
Atualizado em 5 dez 2016, 14h17 - Publicado em 7 ago 2013, 18h50

Cinco marmanjos transformaram suas ideias mirabolantes em vídeos, publicaram tudo na internet e, em poucos meses, se tornaram o canal mais visto do YouTube brasileiro. Com um ano de idade recém-completo, o coletivo de humor Porta dos Fundos arrebatou o público da web com seus textos inteligentes e escrachados e contabiliza mais de 400 milhões de visualizações em seu canal. Na mesma semana em que celebra o aniversário, o grupo lança seu primeiro produto off-line: Porta dos Fundos (Editora Sextante, R$ 49,90), uma coletânea destes mesmos esquetes assinados por Antonio Tabet, Fábio Porchat, Gabriel Esteves, Gregório Duvivier e João Vicente de Castro. O volume é um prato cheio para quem curte o trabalho da produtora e sempre quis saber mais sobre como vários dos principais sucessos do canal foram criados.

Quem assiste aos vídeos deve se perguntar sobre o processo criativo dos cinco escritores. De onde saem as ideias? Quantos roteiros eles escrevem? Qualquer coisa pode virar vídeo? Antes que o livro chegue às prateleiras cariocas, VEJA RIO bateu um papo com o ator e roteirista Fábio Porchat. Abaixo, ele responde a essas perguntas e adianta dez curiosidades por trás das 37 histórias reunidas na edição, lançada na quinta (8), às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon. Em tempo: a publicação é analógica, mas nem tanto. Além dos comentários dos autores, cada produção transcrita no livro vem acompanhada de um QR code. É só escanear com o leitor do celular para que o vídeo em questão abra na tela.

1 – Eles têm rotina

Pelo menos uma vez por semana, os roteiristas do Porta se reúnem para ler e discutir em grupo os textos escritos por eles. “Cada um de nós precisa escrever dois textos. Fazemos essa mesa redonda, onde lemos juntos o que os outros escrevem”, conta Porchat.

2 – Os escolhidos

No entanto, nem tudo é aprovado. “Só gravamos o que achamos engraçado. Quando quatro gostam e um não, o roteiro é aprovado. O mesmo acontece com três votos favoráveis e dois contra”, explica ele. Nem sempre a reunião rende. “Uma vez, lemos doze roteiros e só aprovamos um! Há dias de seca”, brinca o humorista.

3 – Ideias instantâneas

Muitas ideias saem do cotidiano dos roteiristas. “Estou atento 24 horas por dia ao que acontece ao meu redor. As coisas mais aleatórias podem virar um roteiro”, revela Porchat. “O vídeo Taxista é um ótimo exemplo de como isso funciona. Escrevi o texto dentro do táxi, minutos depois de viver a mesma situação.”

[—V—]4 – Fidelidade ao texto

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Os atores do Porta dos Fundos buscam seguir à risca o roteiro, por mais engraçada que uma fala acrescentada de improviso seja. “Mudar o texto pode fazer rir, mas nem sempre ajuda a contar história. Temos essa noção da importância do roteiro nos nossos vídeos”, justifica Porchat. “Geralmente o autor tem mais razão do que o ator”, explica.

5 – Atores colaboram

Isso não quer dizer que os atores não participem. “Muito pelo contário, eles são muito importantes para o nosso processo criativo. Tanto que também são creditados como autores no livro”, destaca Porchat, antes de citar um exemplo bem sucedido dessa parceria entre roteirista e intérprete. Ele escreveu e enviou o esquete Deus para o resto da trupe quando estava dentro de um navio, rodando as cenas do filme Meu Passado Me Condena. Só viu a produção depois de pronta. E o que era um caco (texto inserido de improviso) de Rafael Infante, intérprete do Deus polinésio no vídeo, acabou virando uma espécie de bordão do esquete: “Errou feio, errou rude!”. “Ficou muito bom! Imediatamente a equipe pediu a ele para colocar isso no roteiro”, conta.

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6 – O primeiro escrito

Fast Food, a paródia da rede de comida rápida Spoleto, foi primeiro texto escrito por Porchat para o Porta – e um dos primeiros a dar grande repercussão e visibilidade ao grupo. “Escrevi para compartilhar uma angústia pessoal diante de um sistema que me deixava em pânico”, brinca Porchat. A identificação com o fast food italiano por parte do público foi tão imediata e forte que a própria rede entrou em contato com o coletivo e adquiriu o vídeo. Foi também o primeiro contrato publicitário do grupo.

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7- Gregório, o Moisés oficial

Dez Mandamentos, cujo roteiro também está no livro, é um dos xodós de Porchat (ele divide a autoria com Ian SBF). “Foi nossa primeira grande produção. A equipe toda foi para Cabo Frio, tinha figurino, maquiagem, barbas, aquela parafernalha toda. Foi muito divertido fazer”, diz ele. A escolha de Gregório Duvivier para o papel de Moisés, para Porchat, foi perfeita. “A partir de agora, ele é o Moisés de todos os vídeos que fizermos”.

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8 – O que faz rir

O que motiva a aprovação, a filmagem e a postagem de um vídeo no canal ainda é o termômetro dos cinco roteiristas. “Não sabemos ainda prever o que as pessoas vão gostar”, confessa o ator, admitindo que muitas apostas de sucesso acabam não viralizando tanto quanto outras. “É um exercício difícil. Então gravamos o que achamos engraçado”, resume Porchat.

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9 – A seleção

No livro, entraram os esquetes que melhor funcionam quando lidos. “Alguns vídeos são muito legais, mas são muito mais engraçados no vídeo. Lendo, perdem o sentido. Corte de Gastos, por exemplo, não tem o mesmo efeito no papel”, exemplifica, citando o vídeo em que, por falta de dinheiro, uma produtora de filmes vai cortando os profissionais da equipe. Os efeitos são percebidos ao longo do vídeo, a cada verba cortada: somem o cenário, a edição, o áudio…

10 – Na gaveta

Os fãs do canal podem ficar tranquilos: depois de um ano, 140 esquetes já foram produzidos e outros 30 roteiros já estão aprovados. “Fora o que ainda pode aparecer de publicidade, ou de ideias novas que acabam surgindo”, diz Porchat.

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