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Criadores do I Hate Flash inventaram outra maneira de registrar a noite carioca

Referência nos eventos da cidade por seus cliques descontraídos, coletivo de fotógrafos conquista novos mercados e produz seus próprios eventos

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 2 jun 2017, 12h13 - Publicado em 27 fev 2016, 01h00

A regra é clara: se a festa não tem cobertura do I Hate Flash, ela não é tão bacana assim. Com um estilo descolado, que prioriza imagens espontâneas, divertidas e muitas vezes irreverentes (tal como o flagrante de um grupo de meninas pulando de topless na piscina de uma festa), o grupo virou uma espécie de termômetro dos eventos para verificar quais são os mais badalados no Rio. Tudo começou há cerca de nove anos, quando Fernando Schlaepfer, hoje com 31, cursava a faculdade de comunicação visual. “Saía para as festas com uma camerazinha no modo manual numa mão e o flash solto na outra.” Nessa onda de fotografar tudo e todos de maneira pouco ortodoxa, não demorou para Schlaepfer ser convidado para registrar outros eventos. O volume de trabalho não parava de aumentar, e ele percebeu que essa poderia ser uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. Para isso, chamou um grupo de amigos também fotógrafos para formalizar uma empresa — entre eles, Raul Aragão, 30 anos, até hoje sócio na empreitada.

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Se o negócio começou de forma despretensiosa, agora o I Hate Flash tem uma posição sólida, com orçamentos que vão de 600 (a cobertura de uma festinha para alguém muito, muito, muito amigo) a 60 000 reais. Instalada em um apartamento no Arpoador, a empresa conta com mais de trinta fotógrafos, divididos entre Rio e São Paulo. A presença deles é até destacada no material de divulgação das festas, ao lado do nome de cantores, DJs e outras atrações. “Eles criaram um estilo de fotografia que transmite mais a emoção do evento”, diz Paulo de Castro, cliente do grupo desde 2011 e um dos produtores mais ativos na noite carioca atualmente, responsável por festas como Rocka Rocka e Baile do Zeh Pretim. “Outra vantagem é que eles não são só fotógrafos, também são frequentadores. Isso ajuda, porque eles acabam conhecendo as pessoas e se divertem junto com a galera”, completa. Schlaepfer acredita que essa é justamente uma das chaves para o sucesso. “Desde o início, só pegamos trabalhos que têm a ver com o que gostamos. Apuro técnico muitos têm, mas, se você está fotografando um cara de quem é fã ou ouvindo uma música de que gosta, vai se empolgar e se dedicar mais”, explica.

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IHF QUADRO 2
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Obedecendo ao mantra “só faço o que gosto”, o I Hate Flash saiu das festinhas underground para os grandes festivais. Eles são os fotógrafos oficiais da versão brasileira do descolado Lollapalooza, reunião de algumas das bandas alternativas mais incensadas do mundo, em São Paulo, em 12 e 13 de março, e do Rock in Rio, no qual batem ponto desde 2011. “Quando começamos no Rock in Rio, éramos responsáveis pela parte de internet, o site e as redes sociais”, explica Aragão. O espaço conquistado, no entanto, não agradou a todos. “Éramos um bando de moleques de 20 anos em meio a caras de 40, 50, já muito experientes. Fomos bastante hostilizados”, lembra Schlaepfer. Sucesso de cliques e compartilhamentos nas redes, mesmo a contragosto da concorrência, retornaram nas edições seguintes, em 2013 e 2015. “Eles são muito ágeis, gostam do que fazem, não se cansam, não se distraem”, elogia Mariana Lellis, coordenadora de marketing do festival. Apesar de os flashes estarem apontados para a cena noturna na maior parte do tempo, o currículo da turma já foi além das festas e dos shows (veja no quadro acima). Agora, eles se aventuram por campanhas de moda e publicidade, além de produzir os próprios eventos. “Hoje, temos diversos braços”, resume Aragão. Só não espere deles algo convencional. Caretice não tem nada a ver com essa galera.

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