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Com pior crise hídrica em 80 anos, Rio pode enfrentar racionamento

Dos quatro reservatórios que compõem a bacia do Rio Paraíba do Sul, principal fonte do estado, dois quase chegaram ao volume morto

Por Agência Estado
Atualizado em 5 dez 2016, 11h42 - Publicado em 5 nov 2015, 13h21

O verão que se aproxima terá de ser bastante chuvoso para que o Rio de Janeiro não entre no terceiro ano seguido de baixos níveis nos reservatórios e não sofra desabastecimento de água no período seco, a partir de abril. Dos quatro reservatórios que compõem a bacia do Rio Paraíba do Sul, principal fonte do Estado, dois quase chegaram ao volume morto.

Em média, estão com 5,94% do volume útil, conforme dados da ANA (Agência Nacional de Águas), enquanto no ano passado, que já havia sido difícil, o patamar era de 6,4%.

Em cidades onde os rios não são regularizados, sem reservatórios para reter água –e que, por isso, dependem de chuva para não secar–, a situação já é crítica. Em Angra dos Reis, no litoral sul; Campos e Itaperuna, no norte fluminense; Três Rios, no médio Paraíba; na Baixada Fluminense, especialmente Duque de Caxias, Queimados, Magé e Paracambi, e em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (todos na região metropolitana), os moradores já recorrem a caminhões-pipa.

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Na turística Angra, a preocupação é com a alta temporada, quando a chegada de veranistas triplica o consumo de água. Há três semanas, a prefeitura publicou decreto, a vigorar por no mínimo quatro meses, que multa quem desperdiçar água. Quem lavar carro ou calçada é multado em R$ 440; quem retira água irregularmente da rede paga R$ 3.080. Regar plantas não é permitido. Pelo menos 20 pessoas já foram autuadas.

“No verão passado, a emergência hídrica foi decretada em janeiro. Dessa vez, foi mais cedo. Angra sempre teve índices pluviométricos altos, mas nossos reservatórios chegaram, em outubro, a 10% do volume útil. Tivemos de alternar o abastecimento dos bairros, mandar água um dia sim, três não”, disse o presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto da cidade, Marcos Mafort.

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Saída

Vivendo a pior crise hídrica em oito décadas, o Estado entrará no período mais chuvoso com reservatórios baixos mais uma vez. Em 2016, caso as precipitações não sejam abundantes até março, os volumes nos meses de estiagem não serão suficientes para a demanda de populações e indústrias, avisa Paulo Carneiro, pesquisador do Laboratório de Hidrologia da Coppe, que agrega pós-graduação em Engenharia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O racionamento, então, seria a única saída.

“O período 2013/2014 foi difícil, o 2014/2015, também, e o 2015/2016 está pior, porque os níveis dos reservatórios não foram recompostos. O fenômeno El Niño está intenso e não se sabe como se comportará no Sudeste”, disse o pesquisador.

Apesar dos prognósticos ruins, os governos estadual e federal sustentam que não faltará água nos Jogos Olímpicos, em agosto. Na terça-feira (3), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a construção de um tanque reserva com 2 bilhões de metros cúbicos está garantida. Entre as medidas do Estado para economizar água, está a diminuição da vazão do reservatório de Santa Cecília, que abastece o Rio –era de 190 mil l/s em 2014, passou a 110 mil l/s neste ano. 

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