10, nota 10!
A apuração do resultado dos desfiles tornava-se um show nas mãos (e na voz) de Carlos Imperial
Quem viu, na quarta-feira passada (5), diretamente da Praça da Apoteose, o locutor Jorge Perlingeiro lendo com calma e aparente frieza cada uma das notas das escolas de samba talvez não se recorde do tempo em que um jovem senhor de cabelos despenteados soltava a voz, especialmente na nota 10, sempre a repetindo, para reforçar a façanha. Era Carlos Imperial. Produtor artístico, apresentador de rádio e TV, showman, compositor e, acima de tudo, um fanfarrão inveterado, ele vivia cercado de lebres (como chamava as moças bonitas) e de muita gente famosa. Foi, por exemplo, um dos maiores incentivadores de Roberto Carlos no começo de sua carreira. Abriu portas de gravadoras e apresentou o rapaz a empresários da área fonográfica, além de ser coautor de músicas no estilo bossa nova, gravadas pelo cantor no início da década de 60, antes da fama, como Fora do Tom e João e Maria. Muito comunicativo, também se deu bem na política. Elegeu-se vereador em 1982 e foi candidato à prefeitura em 1985 ? época do bordão “vai dar zebra”. Mas não deu, e Saturnino Braga, do PDT, venceu aquele pleito. Imperial morreu em 1992. Se estivesse vivo, e ainda ligado ao Carnaval, certamente o 10 em Bateria, que deu o campeonato de 2014 à Unidos da Tijuca, teria sido dito com um entusiasmo digno de entrar para a história.
PALCOS DE ALEGRIA E DE CHORADEIRAS
Outros locais que já sediaram o anúncio das notas do Carnaval
Pavilhão de São Cristóvão
Viu muito tabefe entre dirigentes nos anos 70. Ficou pequeno para o tamanho do evento
QG da PM
O quartel da Rua Evaristo da Veiga, no Centro, serviu de solução provisória para evitar mais brigas dos cartolas
Maracanãzinho
Templo do esporte, foi sede de festivais de música e, nos anos 80, da apuração da festa da Sapucaí