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Carioca Nota 10: Renata Paixão

A auxiliar de biblioteca Renata Paixão inicia crianças do Morro Dona Marta no universo da literatura

Por Caio Barretto Briso
Atualizado em 5 dez 2016, 14h30 - Publicado em 3 Maio 2013, 21h28

O nome de sua função, auxiliar de biblioteca, pode não dar a dimensão da transformação que Renata Paixão, 31 anos, vem operando no Dona Marta, em Botafogo. De segunda a sexta, ela desce a ladeira do morro e em poucos minutos chega ao serviço, no sopé da colina. Ali, em meio aos 1 800 títulos das prateleiras, Renata faz o que mais gosta: trabalhar com criança. Ela atua há quase dois anos na biblioteca mantida pelo Sesi no local, que recebe em média 2 000 visitantes por mês. Sua vocação para lidar com a garotada salta à vista. Na entrevista para o emprego, Renata saiu-se bem de uma saia justa quando lhe perguntaram se tinha experiência com o público infantil. “Respondi que não, mas que era mãe de dois filhos e cuidaria de quem entrasse no salão como se fosse um deles”, lembra. Com tanto empenho, logo se destacou. Quando uma criança se isola das demais, Renata se aproxima e lhe dá atenção. Se alguém está com dificuldade na escola, oferece ajuda nas lições. Muito mais do que uma postura amável, ela adota uma atitude decisiva na vida dos pequenos. “Converso com eles sobre as histórias, lemos juntos muitas vezes e já fizemos leitura até em ritmo de funk. Quando a literatura se aproxima do universo deles, eles adoram”, diz.

“Converso com eles sobre as histórias, lemos juntos muitas vezes e já fizemos leitura até em ritmo de funk”

O exemplo mais evidente da metamorfose que as letras e o afeto podem desencadear é o estudante Alecsandro Ferreira, 11 anos (ao lado de Renata na foto). Ele entrou pela primeira vez no salão ávido para usar um dos nove computadores disponíveis por lá. Como é regra, Renata lhe entregou um livro, pois as crianças precisam ter lido ao menos uma publicação antes de poder assumir o teclado. Para surpresa geral, o menino reagiu violentamente e atirou o volume no chão. Com jeitinho, ela se aproximou e começou a domar sua rebeldia. Passou a ajudá-lo nas disciplinas escolares e, entre uma atividade e outra, conseguiu convencê-lo a encarar seu primeiro livro: Procura-se Lobo, de Ana Maria Machado. Ele pegou gosto pela leitura e tornou-se um dos frequentadores mais ativos. Em seis meses, já leu 64 títulos. O bom costume certamente influenciou para o salto que Alecsandro deu no boletim. Sua nota mais baixa hoje é 8,5. Antes, era 2. “Quem lê sonha mais”, constata Renata, cujo prazer é abrir as portas desse universo idílico.

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