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Maria-fumaça

A empresária Candice Marocco expande sua rede de tabacarias e transforma-se na principal referência de charutos na cidade

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 5 jun 2017, 14h09 - Publicado em 6 mar 2013, 20h08
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Seria mais uma reunião de amigas, não fosse o objetivo do encontro: experimentar novas marcas de charuto, algumas delas recém-chegadas ao mercado, outras verdadeiros clássicos. Assuntos como o desempenho do filho na escola e as fofocas da academia nem passam pela porta. A cada dois meses, cerca de sessenta mulheres se reúnem para fumar e falar sobre a história das regiões produtoras, o nível de fermentação e a maturidade do fumo. No meio dessa esquadrilha da fumaça, uma loira alta, bonita e bem-vestida é quem chama mais atenção. Trata-se de Candice Marocco, a presidente da turma e dona da Candice Cigar Co., rede com seis tabacarias e clientes famosos como Antônio Fagundes e Romário. Estudiosa e apreciadora do produto, que, assim como um bom vinho, pode ganhar mais sabor com o passar do tempo, ela foi a primeira brasileira a conquistar a chancela para vender exemplares cubanos no Brasil, além de ministrar aulas na Associação Brasileira de Sommeliers.

Diferentemente de outros empreendedores bem-sucedidos que transformaram um hobby em negócio, Candice abriu sua primeira tabacaria em 1993 sem nunca ter acendido um cigarrinho na vida. Seu tio, à época diretor da Souza Cruz, empresa que há mais de meio século lidera o mercado de cigarros no país, sugeriu a ela que investisse nesse segmento, em franca expansão nos anos 90. Para aprender mais sobre os produtos, a jovem de 19 anos fez um curso em São Paulo. Foi lá que experimentou seu primeiro cubano, um Romeo y Julieta. “Demorei uns sete charutos até entender que deveria guardar a fumaça na boca, sem tragar, soltar no tempo certo e depois passar a língua no céu da boca para sentir o sabor”, conta. Em 1999, decidida a aprimorar seus conhecimentos, ela viajou para Cuba, onde acompanhou desde o plantio do tabaco até a confecção final do produto e protagonizou uma cena digna do cinema. Durante um jantar de gala para produtores, o ditador Fidel Castro em pessoa se aproximou e perguntou se poderia acompanhá-la. “Apesar da fumaça, a barba dele era cheirosíssima”, lembra.

Em 2008, a administradora chegou a comercializar seus produtos em 189 pontos de venda nos melhores restaurantes, hotéis e boates como Antiquarius, Copacabana Palace e Hippopotamus. Depois da promulgação da lei antifumo, porém, veio a crise. Candice decidiu então reformular seu negócio. “As tabacarias haviam se transformado em lugares que ofereciam um amontoado de coisas, de chaveiros a lunetas. O charuto estava em segundo plano”, diz. Nascia em 2009 o primeiro quiosque Candice Cigar Co., tendo como foco a venda de puros selecionados, cotados entre 15 e 180 reais a unidade. “Mais do que acertar no modelo, Candice deu atenção também a um nicho, as mulheres, que são a nova aposta dessa indústria”, afirma Alberto Salles, da empresa que representa a estatal cubana Habanos S.A. De olho no crescimento da clientela, a empreendedora de 41 anos vai inaugurar mais cinco lojas por aqui e, até o fim do ano, planeja levar para outras capitais suas sedutoras baforadas.

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