Brunno Mendonça oferece aulas de hóquei para jovens carentes
A iniciativa deu tão certo que atualmente atende cerca de 500 pessoas, em comunidades como Jardim Gramacho (Caxias), Deodoro e Mesquita
Tricampeão brasileiro de hóquei sobre grama, Brunno Mendonça, 32 anos, começou a prestar serviços voluntários ainda muito jovem. Distribuía cestas básicas, roupas e alimentos e realizava cortes de cabelo nos mais necessitados. Há cinco anos, percebeu que podia fazer algo mais consistente e idealizou o projeto Hoquei Life. Desde então, dá aulas do esporte em comunidades carentes. “Eu conheci a modalidade tarde, com 26 anos. E isso despertou em mim a vontade de divulgar o hóquei e desenvolver a prática esportiva na garotada, desde a base. Na época, eu estava terminando o curso de educação física e, como estagiário, trabalhava com crianças”, conta o atleta do Rio Hockey Club. Hoje, Mendonça vê no projeto mais do que um instrumento de divulgação do esporte. “Para mim, ele representa a esperança”, diz.
” Esporte e estudo têm de caminhar juntos; um não pode passar por cima do outro “
A iniciativa deu tão certo que atualmente atende cerca de 500 pessoas, em comunidades como Jardim Gramacho (Caxias), Deodoro e Mesquita. Em outubro, chegará ao Morro Dono Marta, em Botafogo. “Quatro jovens que participaram do programa viraram jogadores e já disputaram o Campeonato Brasileiro. Ou seja, eu os treinei e, hoje, eles jogam contra mim, em times rivais”, diverte-se Mendonça, que conta com a ajuda de dois instrutores.
Além das três horas de treino semanais, o atleta oferece lanche e acompanhamento nos estudos. “Procuro saber como eles estão na escola e consigo que tenham aulas de reforço. Esporte e estudo têm de caminhar juntos; um não pode passar por cima do outro”, afirma ele, que defendeu o país na Rio 2016. O Brasil foi desclassificado na primeira fase, mas sua participação não foi em vão. Ele sorteou ingresso da Olimpíada entre os alunos do Hoquei Life e ainda angariou doações de material e uniformes das delegações holandesa, irlandesa e argentina. “Ver as crianças querendo aprender algo novo faz com que eu tenha forças para continuar lutando por espaço e oportunidades melhores para elas. A parte financeira não é importante; o meu pagamento é vê-los se desenvolvendo”, garante. ■
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