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Após quase ser leiloado, Planetário da Gávea é tombado

Venda do terreno aconteceria por conta de um processo de pagamento de dívida trabalhista contra a Companhia Estadual de Habitação (Cehab)

Por Pedro Tinoco
Atualizado em 21 abr 2017, 00h02 - Publicado em 21 abr 2017, 00h02

Na agenda da última quarta (19) estava prevista uma sessão de observação do céu. Em caso de chuva ou neblina, o programa é adiado, mas o tempo fechou mesmo foi na véspera, com a notícia de fenômeno bem mais próximo das coisas do homem do que do mapa celeste. Anunciou-se para as 12h45 da terça-feira (18) o leilão do terreno onde fica o Planetário da Gávea, palco de tradicional programação ligada à astronomia, a exemplo da observação dos astros. Mas como? A surpresa com o ocorrido é comparável ao pasmo de quem perde um jabuti de estimação, fugido do quintal. Depois de se arrastar lentamente por instâncias variadas, o processo de pagamento de dívida trabalhista contra a Companhia Estadual de Habitação (Cehab), pertencente ao governo fluminense e proprietária oficial do terreno, chegou à fase do leilão de um bem valioso para que se honre o passivo. E lá se foi o quelônio. Ou quase. Passado o susto, a prefeitura e a própria Fundação Planetário da Cidade, ligada ao governo municipal, que têm o direito de uso das instalações, entraram com embargos para evitar o desastre. Integrantes da Câmara e da Assembleia Legislativa desengavetaram projetos de preservação do Planetário e, no fim do dia, o prefeito Crivella decretou seu tombamento provisório. Otávio Amaral Calvet, juiz titular da 11ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), suspendeu a venda pública da propriedade (com o Planetário incluído) e marcou uma audiência de conciliação para 4 de maio. O valor da contenda trabalhista é de 940 000 reais. A edificação é avaliada, por alto, em mais de 40 milhões, enquanto a área limpa no coração da Gávea, com 10 400 metros quadrados, vale outros 150 milhões. Pelos números envolvidos — sem contar a importância do Planetário, centro de educação e lazer fundado em 1970 —, a ideia do leilão parece descabida. Não é o que acha Rafael Pinaud Freire, representante de mais de 300 ex-funcionários da Cehab-RJ. Segundo ele, o litígio chegou a este ponto porque a empresa se ausentou em uma audiência de conciliação anterior. Outro leilão, inclusive, está marcado para 2 de maio. Ao trabalho, portanto, antes que o jabuti fuja de vez.

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