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A morte do soldado

O cabo do Exército Michel Mikami, de 21 anos, alvejado na cabeça quando saía em uma patrulha de rotina no Complexo da Maré,tornou-se o primeiro militar da Força de Pacificação a ser assassinado por traficantes desde o início das UPPs, em 2008

Por Daniel Hessel Teich
Atualizado em 5 dez 2016, 12h31 - Publicado em 6 dez 2014, 00h00

 

No último domingo, as centenasde pessoas que se reuniram para o enterro do cabo do ExércitoMichel Augusto Mikami, morto no Complexo da Maré aos 21 anos, não contiveram a emoção. Seus colegas de farda bradaram tão alto o gritode guerra “Operação Resgate”que dispararam os alarmes de alguns carros estacionados do lado de forado cemitério, na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo. Mikami foio primeiro integrante da Forçade Pacificação morto por traficantesem uma favela carioca desde o iníciodo programa de UPPs. Ele foi atingido com um tiro na cabeça na sexta-feira 28, quando fazia uma patrulha derotina. O cabo havia servido no Haiti e participado das operaçõesde segurança da Copa do Mundo.Sua morte aconteceu cinco dias antes da conclusão de sua missão na favela, marcada para o dia 3, quarta-feira.Foi o cabo Mikami quem escolheu servir no Rio. Entretanto, nos contatos com a família, dizia-se apreensivo com os constantes tiroteios. O Clube Militar qualificou a morte do rapaz como“uma tragédia anunciada”. “Atiraram nossos soldados no inferno em quese transformaram as favelas do Riode Janeiro, onde predomina um ambiente de verdadeira guerra civil, sem que lhes seja concedida a oportunidade de reagir à altura”,atacou o presidente da entidade,general Gilberto Rodrigues Pimentel.O acirramento de ânimos acontece justamente no momento em que venceo prazo estipulado para a permanência do Exército no complexo, no fim deste mês. O governador Luiz Fernando Pezão negocia com o governo federal a ampliação desse período. É uma iniciativa mais que necessária nessa batalha inclemente e que se revela de longa duração.

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