Ex-prefeito de Caxias é alvo da PF por fraude de vacinação de Bolsonaro
Na mansão em Xerém onde o atual secretário de Transportes mora, agentes encontraram cerca de R$ 200 mil; Washington Reis diz que não tem nada a esconder
O secretário estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), foi alvo da Polícia Federal (PF), nesta quinta (4), na 2ª fase da Operação Venire. Foi quando ele exercia o mandato na prefeitura da cidade da Baixada, em 2022, que teria acontecido uma suposta fraude nos cartões de vacinação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): os sistemas do Ministério da Saúde indicam que duas doses do imunizante foram aplicadas no ex-presidente, que sempre negou ter sido vacinado. Segundo os registros, isso teria acontecido no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, nos dias 13 de agosto e 14 de outubro daquele ano. A secretária de saúde do município, Célia Serranom também está sendo investigada.
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A suposta falsificação teria como objetivo burlar a regra de vacinação obrigatória para garantir a entrada de Bolsonaro, parentes e auxiliares próximos nos Estados Unidos. O então presidente deixou o Brasil rumo aos EUA no penúltimo dia de mandato, em dezembro de 2022. O objetivo da operação da PF é “buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento”. Nesta quinta (4), foram cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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Na mansão onde Washington Reis mora, em Xerém, bairro de Caxias, os policiais federais encontraram cerca de R$ 200 mil, sendo R$ 164 mil em moeda nacional, 5.700 em dólares e
170 em euros. O secretário disse ter “zero” envolvimento com o esquema de fraudes em cartões de vacina: “Zero [envolvimento]. Eu vacinei no meio da rua, mostrando meu braço. Vacinamos todo mundo. Eu quero entender. Um dia a história vai contar essa história toda”. E contou que durante a operação foi questionado a respeito do cartão de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro (PL). “Eu não tenho nada a dizer [sobre a operação da PF]. Tem que respeitar. Supremo Tribunal Federal, mandado de busca na minha casa, do Alexandre de Moraes, querendo saber cartão de vacina de Bolsonaro. Reviraram a casa de pé, cabeça para baixo. Não tenho nada a esconder”, relatou, sem comentar sobre o dinheiro encontrado em sua residência.