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Vice-presidente da Alerj, Pedro Brazão tem projeto retirado de pauta

Irmão de Chiquinho e Domingos Brazão pode assumir o comando da Casa em caso de ausência do presidente, Rodrigo Bacellar

Por Da Redação
26 mar 2024, 14h41
Pedro-Brazão-irmão
Pedro Brazão: irmão mais velho da dupla envolvida no assassinato de Marielle apresentou projetos com forte apelo assistencialista e alinhados com interesses da família. (Octacílio Barbosa/Alerj/Divulgação)
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A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) retirou da pauta projetos de regularização fundiária de autoria do deputado Pedro Brazão (União Brasil), irmão de Domingos e Chiquinho, presos no domingo (24) por suspeita de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Na segunda (25), a Casa retirou da lista de votação as indicações legislativas de Brazão, que é vice-presidente da assembleia. Elas eram referentes a terras nos municípios de Mangaratiba e Belford Roxo. Foi a regularização fundiária, só que na cidade do Rio, um dos motivos apontados para a execução de Marielle pelo relatório da Polícia Fededral.

+ Arma usada para matar Marielle foi fornecida por milícia de Rio das Pedras

Deputado em segundo mandato, o irmão mais velho da dupla envolvida no crime, Manoel Brazão, que na Alerj e nas urnas adotou o nome Pedro Brazão. Ele foi alçado à primeira posição na linha sucessória da Casa em um acordo com as maiores bancadas que apoiaram Rodrigo Bacellar, que também é do União Brasil e foi eleito para a presidência em 2023. Ou seja: caso Bacellar se ausente do país ou seja afastado por qualquer razão, a presidência da assembleia caberá ao primogênito dos Brazão.

Pedro não é apontado como suspeito no relatório da PF que embasou a operação de domingo (24). Só é citado uma vez no documento, como exemplo do poderio político de Domingos, ex-deputado estadual e conselheiro do TCE-RJ desde 2015. Os investigadores destacam que, mesmo afastado da Alerj há três anos, Domingos Brazão ajudou a eleger o irmão, “então inexpressivo na política”. A família também tem um representante na Câmara Municipal do Rio, Waldir Brazão (sem partido), aliado que não é parente de verdade dos Brazão mas adotou o sobrenome para fins políticos. Antes das prisões de domingo, o grupo ainda preparava o filho mais novo de Domingos, Kaio Brazão, para disputar uma vaga na Câmara Municipal em outubro.

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Segundo levantamento feito pelo blog da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, os projetos protocolados por Pedro Brazão ao longo de seus dois mandatos indicam um forte apelo assistencialista – uma característica do clã Brazão –, como apoio a crianças com deficiências, isenções de impostos, programas de geração de emprego e agendas habitacionais. São pautas alinhadas aos interesses eleitorais da família e também aos feudos historicamente ocupados pelo grupo político na administração fluminense: a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) e Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro (Cehab).

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