USP calcula número de manifestantes em ato convocado por Bolsonaro em Copacabana
Enquanto PM contabilizou 'mais de 400 mil pessoas', universidade utilizou método 'Point to Point Network (P2PNet)', que detectou 18,4 mil

Enquanto a Polícia Militar do Rio de Janeiro contabilizou “mais de 400 mil pessoas” no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela anistia aos envolvidos na invasão e destruição dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de janeiro de 2023, a Universidade de São Paulo (USP) calculou um número bem menor e mais preciso: 18,3 mil manifestantes. O ato aconteceu no último domingo (16), na Praia de Copacabana.
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Em nota, a PM disse que o ato “reuniu mais de 400 mil pessoas, e foi monitorado pelo 19°BPM (Copacabana) com apoio do 1º CPA (Comando de Policiamento de Área) e o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar”. Já um documento divulgado pela USP, o Monitor do Debate Político do CEBRAP e a ONG More in Common detectou no local 18,3, com margem de erro de 2,2 mil, para mais ou para menos. Para tanto, a universidade utilizou o método “Point to Point Network (P2PNet)”, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China e da empresa Tencent.
O cálculo foi feito por meio de diversas fotos aéreas, da multidão, tiradas por um drone. Através da inteligência artificial, o sistema contabiliza cada pessoa, garantindo uma contagem mais precisa. “O método atualmente possui uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de indivíduos. Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12%, para mais ou para menos, em imagens aéreas com mais de 500 pessoas”, afirmou a USP, segundo a rede CNN.
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A manifestação deste domingo reuniu Bolsonaro e autoridades como os governadores do Rio, Cláudio Castro (PL); São Paulo, Tarcísio de Freitas; Santa Catarina, Jorginho Mello; e Mauro Mendes (MT), além de deputados federais e senadores. O ato começou por volta das 10h20, em meio à expectativa pelo julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que irá deliberar nos dias 25 e 26 de março se acata ou não a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado tramada após as eleições de 2022.