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Universidade Rural desenvolve livro digital para deficientes

Pesquisadores da UERJ, Colégio Pedro II e PUC também estão envolvidos no projeto

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 jun 2017, 15h53
Pesquisadores da Rural desenvolveram protótipo de livro didático digital para estudantes com deficiência (UFRRJ/Divulgação)
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A adaptação de livros didáticos tradicionais para estudantes cegos, surdos, com deficiência intelectual e autismo vem sendo desenvolvida pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) a partir de um projeto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da organização não governamental (ONG) Movimento Down, iniciada em 2014. O livro vem sendo desenvolvido no Brasil por pesquisadores do Observatório de Educação Especial e Inclusão Escolar (ObEE) da UFRRJ.

A universidade conta com uma equipe interdisciplinar, formada por pesquisadores de diferentes instituições do estado, como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o Colégio Pedro II, a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), envolvendo as áreas de educação e tecnológica. “Estamos com o protocolo pronto. e já em fase de compra de materiais. O dinheiro foi liberado só agora. Estamos adquirindo os tablets, informou hoje (19) à Agência Brasil a coordenadora do grupo de pesquisa do departamento, Márcia Pletsch.

O observatório está formando, 200 professores de educação especial nas redes de ensino de oito municípios da Baixada Fluminense (Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Japeri, Queimados e São João de Meriti). Eles participam do curso de extensão Ensino e Aprendizagem para Estudantes com Deficiência: Estratégias Curriculares e Recursos Tecnológicos, iniciado em fevereiro, que aborda tecnologia, desenho universal, acessibilidade, inclusão, desenvolvimento humano.

Em campo

O livro didático digital vem sendo desenvolvido na perspectiva da metodologia do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA). A ideia é começar a aplicação do projeto-piloto em agosto. Alguns dos professores serão selecionados para turmas de alunos cegos, surdos, com autismo e deficiência intelectual. “Temos que ir para as escolas, no contexto real das salas de aula, para validar o protocolo”, disse Márcia.

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Escolas de 16 municípios que já haviam estabelecido parceria anterior em projeto sobre deficiência intelectual tiveram prioridade. De acordo com Márcia, serão estudados quatro casos de cada deficiência. Um protocolo ético e metodológico na área de humanas será seguido, incluindo autorização das famíliaspara filmagens.

A equipe de pesquisadores da UFRRJ e da Uerj vai atuar junto aos professores, acompanhando a aplicação do livro digital nas salas de aulas. Márcia Pletsch lembrou que. para garantir  acessibilidade a todos, o projeto observa especificidades teóricas de linguagem e construção do desenvolvimento cognitivo dos diferentes tipos de deficiência.

O projeto é pioneiro e inédito, “inclusive internacionalmente”, ressaltou a coordenadora. “Se conseguirmos acessibilidade para um livro didático digital na Baixada Fluminense, conseguiremos em qualquer lugar do planeta”. Caso o projeto seja validado, poderá ser replicado em qualquer lugar do mundo. “A proposta é validar o projeto do Unicef e fazer uma devolutiva para o órgão das Nações Unidas”. O Unicef Brasil está acompanhando a aplicação.

Audiências públicas

Após o trabalho em campo, previsto para o final de outubro, o Observatório vai submeter o piloto do livro à aprovação em audiências públicas, abertas às comunidades, com participação de adultos com deficiências e especialistas das áreas. O objetivo é elaborar um conteúdo que possa orientar a produção de livros digitais acessíveis.

As audiências devem começar em janeiro, depois do trabalho interno dos pesquisadores. Para o projeto piloto, foi selecionado o livro didático mais escolhido do Programa Nacional do Livro Didático, de 2015. O conteúdo foi transformado para se tornar acessível aos quatro níveis de deficiência, e ser inserido em tablets, para escolas. A partir da validação, a universidade poderá solicitar o registro de patente do protótipo.

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