Três empresas manifestam interesse em patrocinar carnaval de rua
Porém, apenas uma delas apresentou proposta de acordo com as implicações jurídicas e valor não chega a 15% do estimado pela Riotur
A prefeitura recebeu na tarde desta terça (15) as propostas das empresas que responderam ao chamamento público para patrocinar o carnaval de rua do Rio em 2018. Das três interessadas, apenas uma está dentro do escopo jurídico necessário para ser aceita, a gigante Ambev que ofereceu R$ 8,1 milhões. A Uber se manifestou com a intenção de oferecer R$10 milhões, via Lei Rouanet, mas não apresentou a documentação judicial, apenas uma carta de intenção. Já a Dream Factory, empresa responsável pelo carnaval de rua nos últimos oito anos, propôs um novo modelo de patrocínio, similar o que era praticado anteriormente, com o valor de R$24,5 milhões por ano durante três anos.
Segundo a divisão de cotas da Riotur, o objetivo era arrecadar até R$56 milhões: uma de R$ 20 milhões, duas de R$ 8 milhões e dez de R$ 2 milhões. Apesar de, na prática, ter menos de 15% do valor esperado e apenas uma cota preenchida, o órgão avalia que o saldo foi positivo. A assessoria informa que “o resultado foi maravilhoso”. Para a entidade, trata-se de um projeto diferente do modelo anterior e que as cotas menores continuarão disponíveis. Sobre as outras duas propostas, a Riotur informa que nada foi descartado e que caberá ao jurídico avaliar as possibilidades. O órgão informou ainda que nos anos anteriores a média de investimento era de R$ 6 milhões.
Presidente da Sebastiana, organização que reúne os blocos de rua, Rita Fernandes discorda dessa conta. Segundo ela, a Ambev investiu R$12 milhões apenas para infra-estrutura do carnaval de rua na folia de 2017, valor 30% maior que o oferecido neste ano. “Maravilhoso?! Considerando que este chamamento público engloba todas as manifestações do carnaval neste orçamento a gente gostaria de saber qual a mágica que eles vão fazer para atender a todo mundo com esses R$ 8 milhões. Continuamos em situação total de instabilidade, comentou, criticando ainda o novo modelo adotado pela prefeitura. “Nos outros anos pelo menos a gente sabia quanto dinheiro seria usado para cada parte do evento. Nesse não tem nem o percentual de gastos, nenhuma divisão clara do orçamento”, finalizou.