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Caso dos transplantes: laboratório diz que erro está dentro do ‘aceitável’

Interditado pela Vigilância Sanitária, PCS Lab Saleme pede liberação do local para dar a ele outra destinação, pois não continuará com as atividades

Por Da Redação
4 dez 2024, 12h57
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PCS Saleme: laboratório fechado era responsável por fazer 73 mil análises clínicas e de anatomia patológica todo mês. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
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O laboratório de patologia PCS Labs Saleme mudou a versão do que pode ter ocasionado na infecção por HIV de seis pacientes transplantados: em vez de erro humano causado por funcionários, a empresa alega que o problema pode ter sido a “janela imunológica” da infecção nos doares – tempo entre a pessoa ter contato com o vírus até ele ser perceptível nos exames. A nova versão consta no documento de 60 páginas em que o laboratório se defende de processos internos da Secretaria estadual de Saúde (SES) que culminaram na interdição da empresa, com sede em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Ali também consta que o erro em apenas dois exames está “dentro do limite da aceitabilidade”. Além disso, a empresa busca desinterditar o prédio de sua sede, em Nova Iguaçu, fechado pela Vigilância Sanitária estadual há dois meses, após a descoberta dos laudos errados. A ideia que ele seja usado com outra finalidade.

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Sócios e funcionários do PCS Labs Saleme foram denunciados pelo Ministério Público por associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica. Segundo as investigações do MP e da Polícia Civil do Rio, os erros aconteceram porque os donos do laboratório queriam economizar. Eles teriam determinado que os empregados deixassem de fazer diariamente o controle de qualidade no equipamento que realizava os exames de HIV. O PCS sempre negou essa versão. Em depoimento, o sócio Walter Vieira afirmou que o problema no resultado dos dois laudos foi “exclusivamente” por falha humana. segundo ele, o primeiro exame teria sido emitido errado pela falta da checagem do equipamento e o segundo, por um erro de digitação no sistema.

Mas em novembro, explicação passou a ser outra: no documento, os advogados agora dizem que os erros nos exames podem ter sido causados durante a “janela imunológica” do HIV. De acordo com o laboratório, “durante essa fase, o resultado do exame pode dar falso não-reagente, ou seja, resultado não-reagente mesmo em uma pessoa que está infectada”. Nas contraprovas pedidas pelo Programa de Transplantes do Rio ao Hemorio, no entanto, deram positivo. Num dos casos foi detectada alta carga viral.

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Em uma nota publicada no site da empresa, o PCS destaca que “não é aceitável que dois doadores, cujo órgãos foram transplantados para seis receptores, tenham tido resultados de HIV falso-negativos”. Mas na defesa entregue à SES na semana passada, o laboratório afirma que os dois exames errados em universo de “quase 300 laudos elaborados, é totalmente compatível com o que é encontrado na literatura sobre o tema, em que uma margem de erro de 0,6% é considerada dentro do limite da aceitabilidade nos resultados de exames laboratoriais”.

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