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Terapia de negócios faz sucesso entre milionários cariocas

Criada em maio, seção carioca da rede de empresários EO já é uma das maiores da América Latina

Por Saulo Pereira Guimarães
Atualizado em 2 jun 2017, 12h21 - Publicado em 14 nov 2015, 00h00

Com até oito integrantes, as reuniões acontecem em lugares reservados. Celulares são proibidos, e quem se atrasa paga multa. Combustível para debates que costumam durar mais de quatro horas, os assuntos levantados nos encontros são guardados com discrição, mas é de esperar que mudem, para melhor, a vida de todos os participantes. Comum a variadas modalidades de terapia de grupo, a cena aqui resumida descreve um processo dedicado à mente sã, sim, mas também ao bolso são. Diz respeito à rotina da EO, abreviação de Entrepreneurs’ Organization (Organização de Empreendedores, em tradução livre), rede mundial focada na conexão direta — ou peer to peer, como preferem os iniciados — entre donos de negócios. Fundada nos Estados Unidos em 1987, a instituição hoje congrega 11 000 empresários no mundo. A seção carioca, criada há seis meses, tem 33 membros, um número considerável, levando em conta a exclusividade da empreitada.

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Para entrar nessa turma, o candidato deve ter faturamento anual mínimo de 1 milhão de dólares e precisa ser aceito por todos os outros membros do capítulo, como é chamado cada núcleo — no Rio, dez nomes já foram rejeitados. Taxa de inscrição e anuidade somam pouco mais de 15 000 reais. “Estamos entre os maiores na América Latina, o capítulo do Rio é um fenômeno”, diz Roberto Kaplan, que conheceu a entidade durante um curso de pós-graduação em Harvard. Herdeiro da rede de lojas Fiszpan e dono do restaurante Venga!, ele é o presidente da representação local da EO. Imagine um ambiente de troca de expe­riências, corporativas e pessoais, frequentado por líderes empresariais de ramos e origens variados. Ao dividirem opiniões e vivências, profissionais de áreas distintas, varejo, tecnologia, mercado financeiro, entre outras, enxergam com mais clareza os caminhos a seguir. Ganham eles, ganha a economia, essa é a ideia vendida.

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“Eu sentia falta de conversar com gente de cabelo branco”, conta Fred Lacerda, 29 anos, sócio da aceleradora de startups 21212 e membro da EO desde maio. No convívio com companheiros mais experientes, ele desenvolveu um plano de negócios e decidiu virar sócio da Pin People, empresa de recrutamento e seleção criada por sua mulher. O casal também tomou uma decisão pessoal: resolveu adiar por dois anos a chegada dos filhos e livrou-se de uma eventual ponta de remorso com a ajuda dos pares nessa curiosa terapia corporativa. Além de conselhos, a EO oferece cursos no prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), encontros com personalidades inspiradoras e retiros em Angra dos Reis, com direito a passeios de lancha e visitas à Ilha Grande, entre outras atividades.

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Desse seleto time carioca fazem parte atualmente altos executivos de empresas destacadas, como a fábrica de massas e biscoitos Piraquê, a Limppano, indústria de produtos de limpeza, e a rede de supermercados Zona Sul. Há iniciativas mais antigas, semelhantes à da Entrepreneurs’ Organization, a exemplo do The Executive Committee, fundado em 1957 nos Estados Unidos, e da Women President’s Organization, composta de 1 800 executivas de mais de dez países. Presente no Brasil, a Vistage é uma concorrente mais focada no treinamento — ou coaching, em “corporativês”. Orgulhosos, os entusiastas da EO evocam sua supremacia no setor acenando com a posição relevante de associados como Michael Dell, fundador e presidente da Dell, gigante do ramo da tecnologia. Um dos planos para o Rio é chegar à marca de 100 associados até 2016. Em tempo de crise, o clube quer crescer. ■

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