Tentativas de feminicídio aumentam 55% no estado do Rio em um ano
Em menos de 24 horas, a cidade registrou mais três vítimas, que foram provavelmente atacadas por ex-companheiros
O número de feminicídios registrados no Rio aumentou nos dois primeiros meses de 2024 ao mesmo período no ano passado. A taxa dos crimes de ódio contra mulheres subiu 25%, enquanto a de tentativa de feminicídio cresceu 54,7%. Em 2023, foram registrados 16 feminicídios e 53 tentativas em janeiro e fevereiro. Já neste ano, os números subiram, respectivamente, para 20 e 80 casos, alcançando o maior patamar da série histórica do Instituto de Segurança Pública (ISP), iniciada em 2017.
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Casos mais recentes de feminicídio mostram que essa triste estatística pode continuar elevada. Entre domingo (7) e segunda (8), em menos de 24 horas, três mulheres sofreram agressões brutais na capital fluminense: todas com ex-companheiros como suspeitos.
Um deles foi o caso de Wanessa Gonçalves de Oliveira, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, encontrada morta dentro de casa por parentes no domingo (7). Ela teria levado golpes à machadinha pelo ex-namorado. A família relatou que, antes do crime, ambos apresentaram um comportamento fora do habitual: Wanessa estava com dores na cabeça e o suspeito com a mão machucada. A vítima tinha 37 anos, dois filhos e três netos.
Já Ágatha Marques, de 26 anos, teria sido baleada no domingo (7) pelo ex-namorado, que se recusou a aceitar o fim do relacionamento. Testemunhas descreveram que ela estava na rua, em Realengo, Zona Oeste, quando recebeu disparos em sua direção, um acertando sua cabeça. Socorrida por um vizinho, ela foi levada para o Hospital Municipal Albert Schweitzer e depois encaminhada ao Hospital Municipal Pedro II, onde encontra-se em estado grave. A investigação do caso é conduzida pela pela 33ªDP (Realengo).
A motivação seria a mesma do crime cometido contra Michele Pinto da Silva, de 39 anos, que foi atacada com fogo nesta segunda (8) na estação de trem Augusto Vasconcelos, na Zona Oeste. Bombeiros socorreram a vítima e a levaram para o Hospital Municipal Rocha Faria. Ela teve 90% do corpo queimado e encontra-se em estado gravíssimo no Hospital Municipal Pedro II, segundo a Secretaria municipal de Saúde.
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O suspeito é Edmilson Félix do Nascimento, ex-companheiro dela, com quem ela tinha uma filha de 2 anos. Segundo a Polícia Civil, ele teria fugido após o crime e cometido suicídio pulando da Ponte Rio-Niterói. O corpo não foi achado ainda, mas foi encontrado no local um carro abandonado que pertenceria ao suspeito. Quem investiga o caso é a 35ªDP (Campo Grande).