Tânia Piloto promove ações de arte-terapia com crianças carentes
A designer e arte-terapeuta promove as sessões em orfanatos utilizando bonecos de pano confeccionados por ela
Publicitária de formação, Tânia Piloto encontrou no design, ao mesmo tempo, uma vocação profissional e uma alavanca para uma iniciativa solidária. Tudo começou por causa de um hobby: a coleção de máquinas fotográficas analógicas. Foi através dessa atividade que, em 2010, ela conheceu Emika Takaki, arquiteta e doutora em urbanismo, de quem se tornaria amiga e a quem acompanharia em eventos ligados a fotografia. Com materiais que Tânia já tinha em casa, a dupla começou a produzir alças para as câmeras, despretensiosamente. Logo, porém, os acessórios fizeram sucesso entre os amigos, e as duas decidirem criar juntas a marca …com Lola (grafada assim mesmo, com reticências). Originalmente voltadas apenas para produtos dirigidos a fotógrafos, as amigas resolveram personificar Lola em uma simpática bonequinha de pano, que logo estamparia itens como canecas e blocos. Seria o ponto de partida para um trabalho social. “Tivemos a ideia de, a cada produto vendido, destinar um boneco para uma ação com crianças carentes”, conta.
“Conduzimos jovens por um processo terapêutico com ferramentas de arte”
Criado em 2012 e batizado como Brincando… com Lola, o projeto já realizou trinta sessões gratuitas de arte-terapia — área em que Tânia também é formada — com crianças de abrigos, orfanatos, creches, escolas e programas sociais do Estado do Rio, a maioria na capital. Nos encontros, todos os pequenos recebem um boneco e participam de atividades que envolvem narração de histórias e personalização dos brinquedos. “Conduzimos esses jovens por um processo terapêutico com ferramentas de arte. Ao colorirem a Lola, por exemplo, eles revelam traumas e sentimentos até então reprimidos”, explica Tânia. Recentemente, graças a uma parceria com a Papel Craft, os produtos da marca, antes disponíveis apenas on-line (www.comlola.com.br), passaram a ser comercializados nas lojas da rede. “Isso é ótimo. Vai aumentar o número de pessoas que sabem que existimos e, consequentemente, o projeto vai crescer”, comemora Tânia, que ainda tem planos de, no futuro, empregar ex-moradores dos abrigos para trabalhar no ateliê.