Setor audiovisual cresce 56% em três anos e movimenta 4 bilhões em um ano
Décimo lugar em movimentação econômica no Rio, setor emprega mais de 20 mil trabalhadores, segundo estudo inédito da prefeitura do Rio

Numa performance cinematográfica, o setor audiovisual carioca cresceu 56,2% nos últimos três anos, pós-pandemia, provocando um impacto de R$ 4,2 bilhões em 2023. Décimo lugar em movimentação econômica no Rio, o setor emprega mais de 20 mil trabalhadores e se consolidou como um dos principais motores da economia local. Os dados estão no estudo “Economia do Audiovisual Carioca”, realizado pelas secretarias de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE) e de Cultura (SMC), além da RioFilme, divulgado nesta quarta (24).
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“Tem uma coisa que é o legado intangível, que é a construção da imagem. Essa indústria do audiovisual é muito mais do que se arrecadou de ISS (Imposto sobre Serviços), de empregos que foram gerados. O nosso grande ativo, que nos diferencia dos outros lugares, é esse conjunto chamado Rio de Janeiro, que tem o Antônio Cícero, a Tia Surica na Portela, tinha o Nelson Sargento, toda essa produção cultural tão viva. As pessoas querem ficar com o Rio, namorar o Rio, casar com o Rio. E esse desejo é construído pelas nossas belezas naturais, mas a partir daquilo que essa produção cultural, especialmente no audiovisual, desenvolveu sobre a marca da nossa cidade”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, garantindo que vai continuar ampliando os investimentos no audiovisual e destacando a importância dessa indústria para a cidade.
O levantamento detalha a repercussão econômica do setor no município e sua importância ao gerar empregos qualificados, com baixo impacto ambiental e com forte efeito multiplicador. Há dados sobre faturamento, abertura de postos de trabalho, sobre a representatividade da produção audiovisual carioca no Brasil e no mundo e arrecadação de impostos. Em 2023, por exemplo, foram arrecadados no Rio R$ 72,1 milhões em ISS, provindos do setor.
Entre 2021 e 2023, a prefeitura investiu, por meio do programa Pró-Carioca Audiovisual da RioFilme, R$ 139,4 milhões no setor audiovisual. Somente no ano passado, foram aplicados R$ 60,8 milhões, incluindo recursos oriundos da Lei Paulo Gustavo. O Rio também se destacou como a cidade com o maior número de diárias de filmagem da América Latina, com 7,9 mil autorizações emitidas pela Rio Film Commission em 2023, superando grandes centros internacionais como Paris e Cidade do México.
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Desde 2021, os editais da RioFilme têm dispositivos inclusivos, por meio de pontuações adicionais a propostas lideradas por mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência e pessoas trans. Proponentes cuja sede estão localizadas em áreas de IDH mais baixo – como nas zonas Norte, Oeste, com exceção de Barra e Recreio, e moradores de favelas das áreas central e Zona Sul, também recebem pontuações adicionais, ampliando a possibilidade de seleção. Para se ter uma ideia, entre 2021 e 2023, a RioFilme recebeu 2.905 propostas, 18% de pessoas sediadas em áreas de menor IDH. Desse grupo, 29% foram escolhidos – uma diferença de 61% entre inscritos e selecionados –, atestando a qualidade dos projetos de proponentes em áreas de IDH baixo. O aumento da proporção entre inscritos (26%) e selecionados (45%) é ainda mais expressivo entre propostas lideradas por pessoas negras, indígenas, trans ou com deficiência – diferença de 73%.