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No clima do G20, seminário no Museu do Amanhã debate as cidades do futuro

A Democratização do Espaço Público e a Função Social do Patrimônio foi um evento paralelo do ciclo do Urban20, que reunirá os principais prefeitos do mundo

Por Da Redação
5 jun 2024, 12h51
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As cidades do futuro: nomes como Tainá de Paula, ex-secretária de meio ambiente do Rio, e Preto Zezé, presidente da Cufa, participaram dos debates no Museu do Amanhã (Leandro Joras/Divulgação)
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Nesta terça (4), véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente, o Museu do Amanhã, na Praça Mauá, sediou o seminário A Democratização do Espaço Público e a Função Social do Patrimônio, um dos eventos paralelos do ciclo do Urban20, encontro dos principais prefeitos do planeta que antecede o G20.

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Entre os participantes que debateram temas como desenvolvimento urbano, crise climática e sustentabilidade, estiveram os arquitetos Miguel Pinto Guimarães e Sérgio Conde Caldas, o presidente da Central Única das Favelas (Cufa), Preto Zezé, a ex-secretária de meio ambiente do Rio Tainá de Paula e Carlo Caiado, presidente da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

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Na abertura do evento, Ricardo Piquet, diretor-geral do Museu do Amanhã, defendeu a importância de discutir soluções para a cidade do Rio de Janeiro. “É um momento muito oportuno para quem vive na cidade e para quem torce pela cidade. É fundamental falar sobre a democratização dos espaços públicos, sua dinâmica e vitalidade. Além disso, precisamos discutor como a cidade se adapta às mudanças climáticas. Faz toda a diferença projetar as cidades considerando as mudanças climáticas. E as decisões precisam ser tomadas hoje para que possamos usufruir de um melhor amanhã”, afirma.

Iniciando o diálogo, os arquitetos Miguel Pinto Guimarães e Sérgio Conde Caldas, da Rio Mais Verde Empreendimentos, apresentaram o projeto do Parque Jardim de Alah, que promete revitalizar a degradada área de lazer entre Ipanema e Leblon. No momento, as obras estão paralisadas por conta de decisão judicial. Para Carlo Caiado, presidente da Câmara dos Vereadores, o diálogo entre as esferas pública e privada precisa ser cada vez mais fluido para que projetos como esse saiam do papel. “Não podemos ter uma área tão importante da cidade sem ser aproveitada pela população. Vamos promover o diálogo para construir a melhor solução possível nessa questão”, defende Caiado.

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O primeiro painel, intitulado As cidades no Combate à Emergência Climática, mediado pela jornalista Ana Paula Araújo, trouxe a urbanista Denise Vogel apresentando como a gestão ambiental e o Plano Diretor dos municípios são aliados no ordenamento do espaço público. Além dela, o oceanógrafo e doutor em geografia ambiental pela UFRJ David Wai Zee reforçou esse aspecto: “Sem coletividade, o espaço público se perde. Além de inaugurar novos espaços, é fundamental que os moradores convivam com uma sensação de pertencimento, para não apenas cobrar o poder público pelo espaço que também é seu e propor ainda novas alternativas e soluções urbanas”, afirma David. Neste painel ainda participaram da discussão Alexandre Bianchini, vice-presidente da Aegea Saneamento; Tainá de Paula, ex-secretária de Meio Ambiente do Rio de Janeiro; e Sérgio Besserman, economista e ambientalista.

Em seguida, a discussão O papel da Iniciativa Privada no Desenvolvimento Urbano, mediado por Fernanda Thedim, editora-chefe de VEJA Rio, trouxe um prisma ampliado sobre o patrimônio público e como a iniciativa privada pode ser uma importante aliada no desenvolvimento urbano. Para Sandra Sayão, arquiteta e urbanista, é preciso desmistificar urgentemente o aspecto maligno dessa aliança. “Temos que começar a entender que a cidade só irá crescer quando todos os elementos, incluindo a empresa privada e o poder público, assim como a sociedade, que muito pouco conhece de sua cidade, atuem em conjunto”, defende. Participaram ainda desta conversa Felipe Santa Cruz, ex-presidente nacional da OAB e atual Secretário de Governo do Rio de Janeiro; Josier Vilar, presidente da ACRJ; e Sônia Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea).

No terceiro painel do dia, Democratização do Espaço Público, a jornalista Flávia Oliveira conduziu a conversa entre Preto Zezé, ativista e presidente da Central Única das Favelas (Cufa); Marcela Abla, presidente do IAB-RJ – Instituto de Arquitetos do Brasil; e Sérgio Magalhães, arquiteto e criador do projeto Favela Bairro. O urbanista ressaltou a importância do poder público de promover o acesso à cidadania. “A criação e a revitalização de equipamentos urbanos que atendam às necessidades da população são medidas urgentes. Precisamos unir a cidade fragmentada através da convivência social, e com mais qualidade de vida”, alerta. O sociólogo Franco Nascimento, morador da Cruzada São Sebastião; e Eliana Sousa, fundadora da Redes da Maré, também somaram suas perspectivas e opiniões a este importante painel.

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Já o penúltimo segmento do evento teve como foco central a discussão sobre a função social do patrimônio público. Laura Di Blasi, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, enumerou, através de sua apresentação no painel, exemplos de espaços que foram revitalizados com a participação privada, como o Largo do Boticário, no Cosme Velho; a Marina da Glória; e até mesmo o Maracanã. “Garantir a função social do patrimônio cultural significa assegurar que ele seja acessível e relevante para a comunidade em que está inserido”, afirmou a especialista. Marlova Noleto, diretora da Unesco, também seguiu o raciocínio de que a modernização dos dispositivos urbanos é necessária, estimulando a cidadania. “Nenhuma mudança representa uma ameaça para uma cidade ou um patrimônio, na verdade são oportunidades de rever o espaço, acompanhando a evolução da constante urbanização”, afirma a representante do órgão internacional. A jornalista Leilane Neubarth conduziu essa roda de discussão, que contou ainda com Danielle Santana, especialista em patrimônio do IAB; Paulo Vidal, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); e Camila Oliveira, gerente geral de conteúdo do Museu do Amanhã.

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Por fim, o jornalista Vinícius Dônola mediou o painel Quais São os Desafios da Cidade do Amanhã?, que reuniu Flávia Poppe, especialista em direitos humanos, o urbanista Luiz Fernando Janot; o presidente do CAU, Fernando Menezes; Washington Fajardo, ex-secretário de planejamento urbano do Rio de Janeiro e Fábio Scarano, curador do Museu do Amanhã. Poppe apontou a inclusão de pessoas com deficiências como um dos principais desafios a serem enfrentados. “É possível ser uma cidade inclusiva. O primeiro passo é dar visibilidade a essas pessoas, para que possamos conviver e trocar experiências em sociedade. É preciso colocar a pessoa antes da deficiência, para que possamos enxergá-la como pertencente ao espaço público funcional e inclusivo por natureza”, disse.

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