Semana foi marcada por protestos contra escândalos da Petrobras
Entre os cariocas, as recentes denúncias doem ainda mais fundo, já que a empresa nasceu no Rio e sua sede até hoje é na cidade
Chamou-se “faxinaço” o protesto realizado na terça-feira passada (16) em frente à sede da Petrobras,no Centro. Ele reuniu manifestantescom vassouras, espanadores, baldes, detergentes e panos de chão, alémde faixas e cartazes. Teve genteque se valeu do material para limpar, simbolicamente, as grades do imponente prédio da Avenida Chile, enquanto garis improvisados varriam para longe dali um lixo de mentirinha, que representava as denúncias de corrupção e de desvio de verbas. Naquele mesmo dia, outras manifestações se deram em capitais como Recife, Vitória e São Paulo, onde foram exibidas frases que pediam a demissão de Graça Foster, a presidente da empresa. Mas é no Rio que cada gesto de indignação e todo e qualquer movimento de revolta ganham mais impacto — trata-se, afinal, da cidade onde fica a diretoria e que reúne significativa parcela de seu corpo de funcionários (no Estado do Rio estão 52% dos cerca de 87 000 empregados da Petrobras). Da mesma forma, entre os cariocas os recentes escândalos doem um pouco mais fundo — muitos de nós consideram a empresa, de certa forma, também “carioca”, já que ela aqui nasceu, em 1953, no coração da Avenida Rio Branco, pelas mãos de um chefe de governo que residia e tomava suas decisões nesta cidade, então capital da República. Além disso, há que ressaltar que o Estado do Rio lidera o processo da exploração do pré-sal, recurso estratégico fundamental para o futuro da região, pois dele virão as riquezas que vão sustentar nosso desenvolvimento. Por essas e outras, o atual quadro da empresa faz sofrer, particularmente, cariocas e fluminenses.