“Safári” na Zona Oeste: biólogo denuncia morte de oito jacarés em lagoas
Animais tinham marcas de tiros; capivaras também são alvos de criminosos, mas biólogo alerta que consumir produto de caça na região é um risco
O termo “safári” vem sendo usado por biólogos depois que jacarés passaram a ser encontrados mortos com marcas de tiro em uma lagoa da Zona Oeste do Rio. A caças aos animais, que também têm sido achados com anzóis na garganta. Uma das hipóteses é a de que os animais, assim como capivaras, estejam sendo caçados para consumo.
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Segundo o biólogo Mário Moscatelli, pelo menos oito jacarés foram encontrados mortos na região recentemente, em áreas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, inclusive na Lagoa da Tijuca. “A gente costuma dizer que isso virou um safári. Por isso, exige do poder público uma fiscalização mais sistemática e um trabalho educativo”, diz o biólogo, acrescentando que os bichos passaram a ser um atrativo econômico-ambiental desde o início do processo de recuperação do sistema lagunar. “Vários países faturam milhares de dólares com esse tipo de ecoturismo e nós estamos dando este tipo de destino para essa fauna que tem resistido há décadas de degradação”, emendou.
A Secretaria municipal de Meio Ambiente, por meio da Coordenadoria de Fiscalização Ambiental, iniciou nesta terça (18) uma operação de combate à caça. O objetivo é identificar e reprimir a pesca ilegal de jacarés e capivaras na região. De acordo com as investigações, os caçadores ilegais costumam capturar os animais com armadilhas. Os agentes tentam localizar os criminosos e os equipamentos que usam.
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Moscatelli alerta que consumir produto de caça na região é um risco: “Quem consome esses animais está consumindo uma carne com toxinas que existem no sistema lagunar. Além de crime, quem está consumindo está se intoxicando”, disse Moscatelli.