Roubo de carros tem relação com expansão do tráfico, diz Polícia Civil
Corporação calcula que cerca de 80% dos crimes do gênero são praticados por integrantes das quadrilhas e facções

Após a divulgação da estatística que apontou o número de 84 carros roubados por dia no estado, em 2024, um aumento de 40% em relação ao ano anterior, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), a Polícia Civil se posicionou e relacionou o crime ao tráfico de drogas cujas quadrilhas dominam de forma crescente amplos territórios no Rio.
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Foram contundentes as palavras de Felipe Curi, secretário de Polícia Civil: “Essa conversa de guerra às drogas já acabou há muito tempo. Hoje, a droga é apenas mais uma fonte de renda, soma-se aos roubos e à exploração de serviços nos territórios. O roubo de carro é uma fonte de dinheiro muito importante para esses grupos, por isso funciona de forma organizada, até com gerentes. Por meio dessa renda eles ajudam a financiar a caixinha das facções e as guerras“, afirmou o secretário ao jornal o Globo. Segundo Felipe, cerca de 80% dos roubos de carros são praticados por integrantes das quadrilhas e facções do tráfico.
Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é o dono do maior número de carros roubados, com 1.881 casos comunicados no ano passado à 54ª DP. A região concentra também uma nova modalidade de roubo citada pela polícia: os criminosos anunciam a venda de um carro, combinam um encontro com o comprador e cometem o assalto e a extorsão, usando também os dados bancários da vítima para fazer transferências. Mais de 30 casos desse tipo já foram registrados na região, e 13 pessoas foram identificadas.