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Com a 10ª edição do Rio Open, cenário do tênis se agita e revela talentos

Maior torneio de tênis da América do Sul faz mais uma edição na capital fluminense, que tem visto o esporte crescer ao longo dos últimos anos

Por Luiza Maia
16 fev 2024, 06h00

Berço de craques que fizeram história no futebol e no vôlei, o Rio não tem a mesma tradição nas quadras de tênis. Mas, nos últimos anos, isso vem gradativamente mudando sob o impulso do Rio Open, o maior torneio da modalidade na América do Sul, que chega à sua 10ª edição. A competição, de 17 a 25 de fevereiro, retorna ao Jockey Club, na Gávea, com público aguardado de 60 000 pessoas, que assistirão a duelos entre alguns dos melhores tenistas do planeta — entre eles, o espanhol Carlos Alcaraz, ex-número 1 do ranking mundial, que desembarca nestas praias como favorito (leia mais abaixo), o suíço Stan Wawrinka, campeão de três Grand Slams, e o atual vencedor do Rio Open, o britânico Cameron Norrie.

Representando o Brasil, o paranaense Thiago Wild, cotado para ir à Olimpíada de Paris, e o paulista Gustavo Heide integram a chave principal. Além de atrair nomes já consagrados, o campeonato se tornou palco para a revelação de talentos. “Recebemos o Alcaraz pela primeira vez em 2020, quando ainda era o número 406º do mundo. Neste ano, estamos apostando no francês Arthur Fils, 36º com apenas 19 anos”, orgulha-se o diretor do evento, Lui Carvalho.

A base vem forte: jovens entre 8 e 20 anos disputam o torneio Winners no Rio Open
A base vem forte: jovens entre 8 e 20 anos disputam o torneio Winners no Rio Open (Peter Wrede/Divulgação)

Nesta leva de promessas, se sobressai também um jovem carioca — o tenista João Fonseca, número 1 do mundo no ranking juvenil. O esportista de 17 anos participou da competição pela primeira vez em 2023 e retorna neste ano atraindo olhares globais. Afinal, o Rio Open é o único ATP 500 da América do Sul, o que alça a cidade a uma seleta lista com treze destinos que recebem a importante série de torneios profissionais. Posicionado hierarquicamente entre o ATP Masters 1000 e o ATP 250, o circuito oferece prêmios em dinheiro — cerca de 2 milhões de dólares distribuídos entre os competidores — e pontos no ranking da Associação de Tênis Profissional (ATP).

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O campeonato em solo carioca também é um dos poucos em sua categoria com quadras de saibro (chão de terra batida, coberto por uma camada de pó de telha), junto às etapas de Barcelona, na Espanha, e Hamburgo, na Alemanha. Se, por um lado, esse tipo de piso torna o jogo um tanto mais lento, devido às partículas de terra que baixam a velocidade da bola, por outro, a disputa de pontos costuma ser mais longa, o que agrada à plateia atenta à precisão técnica dos jogadores.

Em comemoração aos seus dez anos, o torneio versão 2024 vem com a promessa de mais investimento em tecnologias e atrações para além do tênis. Nas quadras, uma das novidades será o uso de painéis de LED para entreter os fãs do esporte, que também poderão observar os jogos da Praça Rio Open, com seu generoso telão de transmissão e área gastronômica gourmet, que agora contará com o Bar do Momo e a confeitaria Absurda. “Temos o desafio de fazer sempre uma edição melhor do que a outra. Acredito que esta será a mais emocionante de todas”, aposta a diretora-geral Márcia Casz.

No primeiro ano do torneio, que já recebeu mais de 600 000 pessoas, ficou marcada a performance extraordinária do “rei do saibro”, Rafael Nadal, que se sagrou campeão (veja os outros no quadro). Após derrotar o ucraniano Alexandr Dolgopolov, o espanhol somou dezesseis vitórias numa temporada de dezessete jogos, faturando o 62º troféu da sua carreira sob a bela moldura carioca. Homenagens ao ex-número 1 do mundo e tricampeão de Roland Garros Gustavo Kuerten, o Guga, e também à tenista Maria Esther Bueno, a única atleta do país a colecionar dezenove Grand Slams, foram outros momentos memoráveis nesta década de torneio.

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Rafael Nadal
(Rio Open/Divulgação)

arte Rio Open

Eventos de grande porte como o Rio Open, além de firmar a vocação esportiva da cidade, atraem turistas nacionais e estrangeiros, sacudindo a economia local. Segundo levantamento do Visit Rio Convention Bureau, em 2023 a capital fluminense sediou 53 eventos de diferentes modalidades, gerando receita de 8,8 milhões de dólares em impostos aos cofres do município. Para este ano, já são mais 35 programados. “Em 2023, recebemos muitas corridas e competições de vôlei de praia, futevôlei e, principalmente, de beach tennis, que é uma febre nas areias”, conta o secretário municipal de Esportes, Guilherme Schleder.

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A Associação Tênis RJ, entidade ligada à confederação, promoveu cerca de quinze campeonatos com foco nos jovens atletas, contabilizando mais de 2 500 inscritos. E o interesse aumentou: em torno de 500 tenistas se filiaram à associação nos últimos dois anos. “Temos nomes promissores que vêm se destacando lá fora, como o Nicolas Oliveira, que disputou o Australian Open Junior. Isso mostra que estamos no caminho certo para nos tornarmos um celeiro”, afirma o presidente da Tênis RJ, Mauro Farias.

O próprio Rio Open, mais do que colocar a cidade no mapa do tênis mundial, busca atuar na formação de base e na inclusão, com o Núcleo Esportivo Rio Open e o Torneio Winners, realizado em paralelo ao evento. Desde 2017, a competição reúne jogadores entre 8 e 20 anos egressos de projetos esportivos situados em áreas de vulnerabilidade. Os destaques são premiados com uma temporada de treinamento na IMG Academy, nos Estados Unidos, e no Centro de Treinamento Kirmayr, em Serra Negra, além de ganhar bolsas de estudo.

À intensa agenda do torneio soma-se ainda, no dia 18 de fevereiro, outro campeonato voltado às categorias de base, o Arena Tênis 10, na Rio Tennis Academy, em Laranjeiras, com parte das vagas reservadas a alunos de projetos sociais. “Queremos levar o esporte para mais gente e tornar a modalidade acessível a todos”, reforça a carioca Bruna Assemy, idealizadora da Liga Tênis 10, que tem o apoio da tenista Luisa Stefani, primeira medalhista olímpica da história do país. Parece que o tênis é a bola da vez.

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“O mais importante é estar forte mentalmente”

De volta à cidade, o espanhol Carlos Alcaraz, que cravou o feito de se tornar o número 1 do mundo aos 19 anos, concedeu a seguinte entrevista a VEJA RIO

Alcaraz
(Fernando Soutello/Rio Open/Divulgação)

Em sua quarta participação no Rio Open, você chega como favorito ao título. Como lida com tão alta expectativa? Busco não pensar muito. Tento ir melhorando pouco a pouco e acredito que, com isso, os resultados virão.

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Quais são as lembranças que guarda das outras edições do torneio? Vivi grandes momentos no Rio, como no dia em que ganhei pela primeira vez um torneio ATP 500 e a final do ano passado, que perdi.

Quais são suas metas para 2024? A Olimpíada é um dos meus grandes objetivos. Quero garantir uma medalha.

Há chances de você e Rafael Nadal formarem dupla em Paris? Faltam muitos meses, nunca se sabe o que pode acontecer, mas é uma possibilidade. Seria um sonho poder jogar com o Rafa nos Jogos.

Em um esporte como o tênis, o lado psicológico é tão decisivo quanto a parte técnica? Eu coloco muita energia em quadra, jogo com intensidade, mas para mim o mais importante é estar forte mentalmente. Sem isso, não há o que fazer.

Como pretende aproveitar a cidade durante sua nova passagem por aqui? Já visitei o bairro de Copacabana, o Cristo e o Pão de Açúcar. Agora, gostaria muito de curtir uma boa praia.

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